O livro, que registra a cultura do povo ribeirinho, a sua luta em defesa do rio, é resultado de cinco anos de trabalho, entre 2005 e 2009, em que João Zinclar percorreu as margens do Rio São Francisco em oito estados, e seguiu os dois eixos previstos na obra de transposição que corta o sertão nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
A obra é uma contribuição para o debate sobre o uso dos recursos hídricos e a comercialização da água, por meio de imagens, depoimentos, entrevistas e observações de pesquisadores. O esgotamento da primeira edição do livro permitiu uma nova roupagem, com embalagem especial em caixa de papelão personalizada. O lançamento da segunda edição do livro também marcará a aprovação do estatuto orgânico do Instituto João Zinclar.
Na sua juventude, João Zinclar foi hippie e percorreu o país, conhecendo os caminhos que, após alguns anos, trilhou como fotógrafo. Quanto mais andou, mais conheceu o povo simples e sofrido, por quem nunca pensou em parar de lutar. Como fotógrafo operário, João Zinclar foi metalúrgico, trabalhou como encanador industrial, integrou a direção do sindicato em Campinas, e militou no PCdoB até 1996.
Como operário da fotografia, João Zinclar sempre esteve onde o povo lutava pelos seus direitos e conquistas, registrando as grandes mobilizações dos movimentos sociais, realizando exposições, ministrando cursos e palestras. João Zinclar faleceu aos 56 anos, no dia 19 de janeiro de 2013, quando retornava de um trabalho em Ipatinga (MG) e o ônibus no qual viajava foi atingido por um caminhão que vinha no sentido contrário.
O acidente ocorreu próximo ao município Campos de Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro. Seu olhar sensível e o compromisso de uma vida dedicada às causas sociais inspiraram diversos fotógrafos, jornalistas e comunicadores que fundaram o Instituto que leva o seu nome, com sede no MIS – Museu da Imagem e do Som de Campinas, onde está guardado todo seu acervo com mais de 180 mil fotos. (Carta Campinas com informações de divulgação)