Por Regis Mesquita
O estudo durou 10 anos e foram avaliados dezenas de milhares de adultos em 24 países. E chegou a algumas conclusões importantes:
– mulheres criadas por mães trabalhadoras ganham (em média) mais e ocupam cargos melhores. São responsáveis na condução das atividades domésticas.
– não há diferença nos rendimentos e posição profissional de filhos de mães trabalhadoras e de dona de casa. A grande diferença se dá na responsabilidade que os filhos de mães trabalhadoras assumem em casa: eles gastam mais tempo com a família e colaboram mais nas tarefas de casa.
Famílias cujos dois pais trabalham fora possuem duplo rendimento e mais motivação para educar seus filhos para colaborarem e valorizarem a ajuda mútua na família. Todos trabalham, todos colaboram, mas a carga doméstica maior ainda é da mulher.
O que o estudo da Universidade de Havard mostra é facilmente observado nas famílias brasileiras cuja mãe é dona de casa. Seus filhos tendem a ter menos autonomia e o mesmo desempenho escolar. Quando perguntados se foram amados na infância, filhos de casais cujos os dois trabalham fora se sentem tão amados quanto aqueles que somente um dos pais trabalha.
Em outras palavras, filhos adultos de mães que sempre trabalharam fora valorizam e respeitam suas mães tanto quanto os filhos de donas de casa. Aliás, é muito mais fácil escutar dos adultos cujas mães trabalhavam a seguinte frase: “minha mãe se esforçou muito por mim”.
A pesquisa é da Universidade de Havard: Mums the Word! Cross-national Effects of Maternal Employment on Gender Inequalities at Work and at Home
Regis Mesquita é psicólogo, autor do blog Psicologia Racional