A crise (um poema de abrir os olhos)

unnamed

A Crise:
O pânico chegou às avenidas, não mais que um déjà vu, já vi, uma reprise, que veio pra mudar as nossas vidas, mas os que teimam temem sempre a crise.

Então, em reações surrealistas, culpando as minorias oprimidas, surgirão mil profetas fatalistas e uma legião de suicidas.

Pessoas perderão os seus empregos e o mercado, coitado, temo que não suporte, porque no triste mundo dos apegos, deixar de possuir já é a morte.

O monstro mostrará suas feições, mas alguns terão plena consciência de que a falência é de instituições, e que não nos atinge em nossa essência.

A crise irá roer as estruturas das duras engrenagens do problema e a Natureza, em suas vestes puras, dirá quão duro e doce é o seu sistema.

O mundo todo será nosso lar e quem se der à vida por inteiro não pode acreditar que é por dinheiro que a parte boa tem que se acabar.

Nos sentiremos bem nos desarmando, a mando de uma onda que há no ar, e quem se ama seguirá amando, mas quem odeia aprenderá amar. (Luis Fernando Praga)


Discover more from Carta Campinas

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Comente

plugins premium WordPress