Flyer_campinas_jongoDois dias de vivência com roda de conversa, oficina e música serão realizados pelo Manifesto Crespo, coletivo independente com atuação na área cultural e educacional, em parceria com a associação União Popular de Mulheres do Campo Limpo, na Casa de Cultura Fazenda Roseira.

As vivências acontecem nos dias 23 e 24 de maio, próximo sábado e domingo. A programação foi construída junto com a associação Jongo Dito Ribeiro, responsável pelas atividades culturais e a gestão da casa. Haverá roda de conversa com o tema “Protagonismo das mulheres negras nas manifestações culturais”, oficina de tranças, turbantes, aula de jongo e uma noite musical. A atividade é aberta ao público.

Sueli Chan, fundadora da Zulu Nation Brasil, e Alessandra Ribeiro, liderança na associação Jongo Dito Ribeiro, são as convidadas especiais para o bate-papo. Alessandra é neta de Benedito Ribeiro, que chegou à Campinas na década de 30 e manteve a tradição herdada de antepassados, em Minas Gerais. Ele foi o responsável pela origem da comunidade. O principal objetivo da associação é preservar os costumes, o canto, a dança e possibilitar que a cultura afrobrasileira tenha mais expansão e respeito em suas diferentes formas de manifestação. Sua principal bandeira é o jongo.

“A proposta é que a vivência mescle a celebração com a reflexão. Acreditamos que o fortalecimento da autoestima e o empoderamento da mulher, no nosso caso com um recorte racial, são fortalecidos em ambientes onde a voz, a interação e a possibilidade de partilhar sentimentos sejam possíveis. Encontros como estes aumentam o respeito por nossas histórias e nos revigora para as lutas diárias, principalmente quando essa troca tem o apoio da música e da dança”, disse Lúcia Udemezue, 29, produtora, socióloga e integrante do coletivo.

A visita faz parte do projeto itinerante do Coletivo para 2015, que tem o objetivo de fortalecer a conexão com mulheres líderes em quatro comunidades diferentes, vivenciando suas tradições, forma de organização e experiências políticas. O quilombo da Caçandoca, em Ubatuba (SP), e a aldeia Tenondé Porã, localizada em Parelheiros – bairro do extremo sul da capital paulista – já receberam a oficina Tecendo e Trançando Arte. A proposta é ensinar técnicas para amarrações do turbante e o ato de trançar os cabelos em conjunto com uma reflexão dos aspectos históricos e culturais.

Em seu quarto ano de existência, a oficina Tecendo e Trançando Arte já atingiu mais de mil pessoas, maioria mulheres, em São Paulo e região. Após ser contemplado pelo Prêmio Lélia Gonzalez (Protagonismo de Organizações de Mulheres Negras), lançado em 2014 pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), o coletivo se estruturou para realizar a atividade em locais essenciais para sua linha de pesquisa. (Carta Campinas com informações de divulgação)