Na segunda-feira, 11, será exibido o filme “A pessoa é para o que nasce”, documentário de Roberto Berliner. Três irmãs cegas viveram toda vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil. O filme acompanha os afazeres cotidianos destas mulheres e revela as curiosas estratégias de sobrevivência da qual participam parentes e vizinhos. Retrata uma história complexa de amor e morte, miséria e arte. (6 min).
“Santiago”, documentário de João Moreira Salles, poderá ser visto pelo público na terça-feira, 12. Santiago Badariotti Merlo trabalhou durante três décadas para o banqueiro e diplomata Walther Moreira Salles, pai do Diretor João Salles. Em 1992, João Salles decidiu rodar um filme sobre o antigo mordomo, àquela altura já octogenário e morando sozinho num pequeno apartamento. Por alguns dias, entrevistou o ex-empregado e o registrou de incontáveis maneiras. No entanto, a obra foi concluída somente em 2005. A narração, na primeira pessoa, não só exprime os dilemas, as falsificações e as mesquinharias da filmagem de 1992 como destrincha as memórias e as inquietações de João Moreira Salles. (1h20min).
Na quarta-feira, 13, a exibição será do filme “Vênus Negra”, de Abdellatif Kechiche. Ambientada na Europa do século XIX, retrata a história da sul-africana Saartjie Baartman. Saartjie foi levada à Europa com a finalidade de se apresentar em espetáculos circenses como uma selvagem. E como atração a ser exibida na Europa cosmopolita da época, tudo tinha de parecer “exótico”. Como detinha formas corporais bastante robustas e as nádegas muito proeminentes, aspectos bastante explorados nas apresentações, anatomistas se interessaram por Saartjie, pois estudavam “seres” com formas e aspectos fisionômicos “diferenciados”. Vale lembrar que a medicina foi ferramenta no projeto colonialista europeu ao usar a legitimidade acadêmica para criar e divulgar a ideia de que africanos traziam as marcas da inferioridade no corpo e especialmente nas suas feições fisionômicas. (2h44min).
Na quinta-feira, 15, será exibido o filme “Persépolis”, animação de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud que registra a história de Marjane e sua família durante a revolução islâmica no Irã. (1h35min).
As exibições da semana se encerram com o filme “Antes do Anoitecer”, de Julian Schnabel. O filme retrata a história do escritor cubano Reinaldo Arenas e a perseguição política sofrida pelos homossexuais durante as primeiras décadas do governo de Fidel. (2h13min).
Todas as exibições são gratuitas, abertas ao público em geral e acontecem sempre em dois horários, às 16h e às 19h. (Carta Campinas com informações de divulgação)