Como observa Danilo Brandão, a exposição de Carriero na Casa São Jorge surpreende, sobretudo, pela disposição de seus quadros a transmitir justamente o cirandar. “Seus personagens e seus papéis poéticos, místicos, histórico-culturais, fermentam uma arquitetura maior, que se abre em roda, em cantiga”.
Nesse trabalho metafórico de Carriero, diz Danilo, em sua busca por inscrever a arte em um ou a partir de um cenário popular, emerge a figura da sereia, permeada pela signo da espera, marcado pelo cantar das mulheres que aguardam seus companheiros regressarem do mar.
“O mar e seus encantos. Há um meandro semântico que promove as obras de Carriero a um outro campo de observação e apreciação, em que mesmo uma análise semiótica dos elementos que compõem seus quadros não parece suficiente para um entendimento técnico ou poético de seu trabalho, uma vez que essa ciranda de telas roda paradigmática e sintagmaticamente frente ao observador, que, se sensível à arte, perceberá seu olhar ser guiado cinestesicamente por elementos de nossa cultura e de nosso artista. Logo, vê-se que não basta olhar, é preciso sentir os pés na areia e cirandar”.
A exposição poderá ser vista pelo público na Casa São Jorge até dia 22 de maio. Mais informações na página do evento nas redes sociais. (Carta Campinas com informações de divulgação)