Deputados mineiros pedem investigação de Aécio, após citação na Lava Jato

Deputados da bancada do PT em Minas Gerais pediram hoje (19) à Procuradoria-Geral da República que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) seja investigado na Operação Lava Jato. A representação foi protocolada pelos deputados federais Adelmo Leão, Padre João e pelo deputado estadual Rogério Correa.

Em depoimentos de delação premiada, Aécio Neves foi citado pelo doleiro Alberto Youssef, mas, em atendimento a um pedido da procuradoria, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu que não há indícios mínimos para abertura de inquérito contra o senador.

Segundo os parlamentares do PT, além dos fatos narrados pelo doleiro na Lava Jato, a procuradoria deve investigar a lista de Furnas, um suposto esquema de corrupção que veio à tona em 2006, no qual políticos e partidos teriam recebido dinheiro para caixa 2 de campanha. Os valores seriam oriundos de Furnas, empresa estatal de energia. Na época, a autenticidade da lista foi questionada pela oposição.
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Segundo os deputados, entre os citados na lista está o então candidato ao governo de Minas Gerais e hoje senador da República, Aécio Neves. “Os seguintes documentos, agora associados, apontam, no mínimo, para a necessidade de se iniciar uma investigação que efetivamente identifique os ilícitos perpetrados em desfavor das empresas citadas e puna, com rigor, todos os responsáveis e beneficiários dos delitos eventualmente praticados em desfavor do erário”, alegam os deputados.

Em depoimento de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, declarou que o esquema de pagamento de propina em Furnas começou em 1994 e foi até 2000 ou 2001, mas não sabe se foi até o fim do mandato do então presidente Fernando Henrique Cardozo. Youssef disse que os pagamentos pararam em 2000 ou 2001, que não sabia o motivo, nem se o ex-presidente teve algum envolvimento.

Youssef também disse que “ouviu dizer” que o ex-deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010, “dividia uma diretoria de Furnas com o PSDB”, por meio do então deputado federal Aécio Neves. Na Lava Jato, Janene foi apontado como operador do PP na Petrobras.

Perguntado sobre quem era o operador do PSDB, Youssef declarou que ouviu dizer, por meio de Janene, que era uma irmã de Aécio Neves, mas que nunca teve contato com eles.

Cópia do depoimento atribuído a Youssef ressalta o seguinte: “que acredita que os valores do PSDB também eram entregues em espécie, mas não sabe quanto e onde eram entregues; que também não sabe como era a divisão de valores entre o Partido Progressista e o PSDB; que o declarante não teve contato com a irmã de Aécio Neves e, mostrada uma foto de Andrea Neves, diz não poder reconhecê-la, pois nunca teve contato com ela; que também não sabe qualquer outro dado em relação a ela; que nunca teve contato com Aécio Neves”.

No dia 6 de março, após a divulgação da decisão do STF que arquivou as declarações de Youssef, Aécio Neves disse que recebeu o arquivamento como “uma homenagem”. Segundo ele, foram infrutíferas as “tentativas do governo” de envolver a oposição na investigação. (Agência Brasil)

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