Você nem percebe, mas quase tudo que faz no seu cotidiano passa pela conta bancária dos oligopólios e cartéis econômicos que amarram e dominam a economia brasileira. Muitos foram formados nos anos 60 e 70 e se consolidaram nos anos 80, 90 e 2000. Veja abaixo uma lista de alguns oligopólios.
Nenhum governo nos últimos 50 anos atuou para impedir a consolidação de uma economia dominada por oligopólios, pelo contrário, todos fomentaram ainda mais a cartelização da economia brasileira.
Há inclusive estudos sobre a concentração do setor bancário, por exemplo, ainda no governo ditatorial. “O Governo brasileiro, a partir de 1967/68, pôs em prática algumas medidas para concentrar o sistema bancário. Tais medidas foram ratificadas no início da década de 70, quando da criação da Comissão de Fusão e Incorporação de Empresa (Cofie), em 1971″(Link).
De lá pra cá, o Brasil se transformou no país dos oligopólios. Baixo crescimento e inflação são os resultados visíveis de uma economia cartelizada e concentrada. Não há crescimento econômico nem queda de inflação com consistência em um país que direciona seus investimentos para oligopólios que atuam em seu próprio mercado. Nessa situação, só resta a receita neoliberal de subir juros, sacrifício da população, ajuste fiscal etc.
A maioria dessas empresas recebe bilhões de reais dos governos (federal e estadual) de diversas formas, principalmente com contratos intermináveis, empréstimos subsidiados e anúncios. Além disso, parte desses oligopólios compõe a fonte de recursos das milionárias campanhas eleitorais, criando um círculo vicioso. Eles financiam os políticos que lhes dão mais benefício e assim sucessivamente.
O maior símbolo dessa situação é o Brasil ter conseguido criar a multinacional da carne. Enquanto outros países fazem multinacional de tecnologia, aqui o BNDES fez a multinacional da vaca. E agora, a TV diz que a vaca boa é a da empresa, criada com dinheiro subsidiado pelos brasileiros.
Que governo terá coragem de enfrentar esses oligopólios e dar um choque de capitalismo na economia, impedindo qualquer forma de transferência de recursos públicos para empresas com amplas fatias de mercado?
É possível que você se lembre de outros oligopólios. Veja a situação do Brasil:
Oligopólio do setor bancário: 80% dos depósitos concentrados em 5 bancos. Isso há 2 anos, agora é maior (Link)
Um mercado dominado por Itau, Bradesco, Santander, além dos estatais Caixa e Banco do Brasil.
Oligopólio do setor de bebidas: Coca-Cola Brasil, AmBev e Brasil Kirin, todas com grande capital com participação internacional, que juntas reúnem cerca de 90% do faturamento do setor. (Afrebras)
Duopólio do Chocolate: Nestlé e Kraft dominam 76% do mercado de chocolate no Brasil. (Lafis)
Duopólio da carne: essa é a obra prima do BNDES no governo Lula.
BRF (Sadia e Perdigão) e JBS ( Friboi, Seara, Swift, Maturatta e Cabana Las Lilas)
Oligopólio do setor de telefonia e internet: 5 empresas dominam todo mercado, obra-prima do governo FHC, mantida pelo governo Lula e Dilma. Vivo e Tim com 56% do mercado, e Oi, Net, Claro e Nextel completam praticamente 100% do mercado oligopolizado.
Oligopólio do setor de mídia eletrônica: A velha mídia formada na ditadura: Globo, Record, SBT e Band controlam quase 100% da audiência das TVs abertas com financiamento a perder de vista com publicidade estatal.
Oligopólio da mídia impressa: As mesmas famílias: Abril, Folha, Globo, Estadão dominam o setor com o financiamento estatal via publicidade.
Oligopólio no setor petroquímico: Os mesmos grupos estão em todas as plantas industriais (Link)
PQU (Unipar, Down/UnionCarbide/Suzano/Petroquisa), a Brasken (Odebrecht/Petroquisa), Copesul (Odebrecht/Ipiranga/Petroquisa) e Riopol (Unipar/Suzano/Petroquisa)
Oligopólio do setor automotivo: Um velho conhecido brasileiro, mas agora com cinco marcas: Fiat, Volkswagen, GM, Ford e Renault detém 80% das vendas de automóveis.
Oligopólio da construção civil: esse é o mais pulverizado, mas na esfera nacional concentra algumas empresas, todas envolvidas no escândalo da Petrobrás. Elas abocanham o PIB brasileiro nas principais obras do governo: Camargo Corrêa, Odebrecht, UTC, Andrade Gutierrez, Engevix e Queiroz Galvão, OAS.