Meus caros amigos,
amigos do peito, amigos de fato:
reais, virtuais e, por longe que morem,
deveras queridos,
vocês que concordam comigo,
vocês que contestam as minhas ideias,
vocês que são meus confidentes,
vocês que sequer conheceram o meu nome,
vocês que estão dentro do meu pensamento,
ainda que estejam por fora,
desejo-lhes hoje,
mas prestes a dar boas-vindas ao próximo lustro,
primeiro – saúde, que nada de mais importante foi dado por Deus aos humanos;
segundo – paz d’alma em todos os trechos do longo caminho
que tem tantas curvas e tantos desvios quantos são nossos dias;
terceiro – fartura, em plena acepção da palavra:
que seja faustoso não só seu manjar,
mas também seu afeto, seu sonho, seu raio de sol, seu respingo de chuva;
e quarto, dos tópicos meus o melhor –
muita luz que, provinda dos astros ignotos,
extinga a tristeza de nós nos sabermos mortais:
uns a chamam de benção
e outros, de felicidade.
Fazei, ó Senhor, com que haja, no próximo ano,
mais sorte, mais pão, mais ternura,
e venham as lágrimas só de cortar a cebola e rir à vontade.
E que me perdoem os céticos esta mensagem repleta de fórmulas pré-aprovadas –
a vida, que prega as mesmíssimas peças por vários milênios,
não fica banal de vivida!
imagem: Frederico Leal