Poema natalino

natal2

Meus caros amigos,

amigos do peito, amigos de fato:

reais, virtuais e, por longe que morem,

deveras queridos,

vocês que concordam comigo,

vocês que contestam as minhas ideias,

vocês que são meus confidentes,

vocês que sequer conheceram o meu nome,

vocês que estão dentro do meu pensamento,

ainda que estejam por fora,

desejo-lhes hoje,

mas prestes a dar boas-vindas ao próximo lustro,

primeiro – saúde, que nada de mais importante foi dado por Deus aos humanos;

segundo – paz d’alma em todos os trechos do longo caminho

que tem tantas curvas e tantos desvios quantos são nossos dias;

terceiro – fartura, em plena acepção da palavra:

que seja faustoso não só seu manjar,

mas também seu afeto, seu sonho, seu raio de sol, seu respingo de chuva;

e quarto, dos tópicos  meus o melhor –

muita luz que, provinda dos astros ignotos,

extinga a tristeza de nós nos sabermos mortais:

uns a chamam de benção

e outros, de felicidade.

Fazei, ó Senhor, com que haja, no próximo ano,

mais sorte, mais pão, mais ternura,

e venham as lágrimas só de cortar a cebola e rir à vontade.

E que me perdoem os céticos esta mensagem repleta de fórmulas pré-aprovadas –

a vida, que prega as mesmíssimas peças por vários milênios,

não fica banal de vivida!

Oleg Almeida

imagem: Frederico Leal

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