Apesar disso, e ainda que todos os produtos identificados já estejam aprovados para uso em pacientes com outras patologias, é preciso mais investigações e testes em animais e humanos.
Esta é uma das principais conclusões de estudo publicado na revista Emerging Microbes and Infections, do grupo editorial Nature, do qual participaram cientistas de centros dos Estados Unidos e do Canadá.
Adolfo García-Sastre, da Escola Icahn de Medicina do Hospital Monte Sinai, em Nova York, explicou que alguns dos medicamentos identificados já estão no mercado, enquanto outros não, mas que todos foram aprovados para uso.
Para fazer a pesquisa, os cientistas geraram partículas virais não infecciosas que usam o mesmo mecanismo de entrada do ebola nas células.
“Uma das importantes razões que levamos em conta para publicar esse estudo antes de fazer testes com animais prende-se ao fato de esperarmos que todos os laboratórios que têm capacidade para fazer experiências com o vírus possam iniciar ensaios e encontrar um ou vários desses fármacos que funcionem bem”, explicou García-Sastre.
“Apesar de [os medicamentos] ainda terem de ser testados, é quase seguro que a maioria inibe a entrada do ebola nas células. Com isso, esperamos travar a infeção e, portanto, diminuir os sintomas graves da doença”, detalhou o especialista, acrescentando que ainda é preciso estabelecer a dosagem do medicamento.
Os cientistas classificaram os 53 medicamentos em seis categorias. Segundo os mais recentes dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados na segunda-feira (15), foram detectados quase 18.500 casos de ebola, 99% dos quais na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné-Conacri, com 6.900 mortos.
O atual surto de ebola é o mais grave e prolongado desde que o vírus foi descoberto, em 1976.
A OMS decretou, em 8 de agosto, estado de emergência de saúde pública. (Agência Brasil)