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Financiamento de campanha eleitoral por empresas virou a bola de neve da corrupção

Gilmar Mendes emperrou votação –

Está mais do que na hora de o Brasil acabar com o financiamento de campanha eleitoral por empresas. Ou ele vai acabar com o Brasil.

Financiamento de empresas virou uma bola de neve da corrupção, que aumenta a cada campanha eleitoral. Candidatos a deputado federal, eleitos por Campinas, por exemplo, chegaram a gastar R$ 3 milhões nesta campanha de 2014.  Os deputados federais eleitos gastaram nada menos do que R$ 723 milhões. Quem vai pagar essa conta? Existe alguém que dá dinheiro de graça? Abaixo um texto sobre o tema do GGN.

A Operação Lava Jato e o futuro do financiamento político

Não se sabe ainda quais jogadas políticas se escondem por trás da Operação Lava Jato. Se for seletiva em relação a partidos políticos, desmoraliza. O vazamento de depoimentos na véspera das eleições é uma mancha na operação.

Se for, de fato, republicana, muda a história política e a luta contra a corrupção no país. E, por republicana, entenda-se o aprofundamento de todas as relações políticas do doleiro Alberto Yousseff – e aí entram o PT, o PSDB, PMDB, PP e demais partidos.

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Até agora, as mazelas políticas do país sempre foram tratadas de forma oportunista pela cobertura midiática. Jornais valem-se das denúncias não como instrumentos de aprimoramento do país, mas como armas do jogo político, em atendimento a seus interesses empresariais e de seus parceiros políticos e empresariais.

Na CPI do Banestado, a Polícia Federal levantou e-mails de um lobista da Andrade Gutierrez alertando José Serra de que, se as investigações não fossem interrompidas, iriam bater nos recursos da privatização. Segundo o procurador Celso Três, que participou das investigações, houve “aberrante morosidade na investigação”, devido à atuação do então Procurador Geral da República Geraldo Brindeiro – denominado de “o engavetador-mor” de FHC. A morosidade do MPF permitiu a prescrição dos crimes.

A Operação Castelo de Areia envolvendo a Camargo Correa, alguns anos atrás, flagrou pagamento de propinas a políticos de ponta do PSDB paulista, como o ex-Chefe da Casa Civil do governo Alckmin, Arnaldo Madeira. Acabou sepultada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a alegação de que se iniciara a partir de uma denúncia anônima. Votaram pela anulação a ministra Maria Thereza de Assis Moura, e os ministros Og Fernandes e Celso Limonge.

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Outra operação, a Satiagraha, atingiu o coração de um vasto esquema de corrupção que envolvia do mensalão do PSDB ao do PT. Foi sufocada por uma pressão conjunta do governo Lula, dos grupos de mídia, de aliados de José Serra – cuja filha era sócia de Daniel Dantas – , e do óbvio Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O STJ anulou a operação, através dos votos do ministro Jorge Mussi, do relator, desembargador Adilson Macabu, e o ministro Napoleão Nunes Maia Filho. No Congresso, Dantas recebeu o apoio entusismado dos notórios senadores Arthur Virgilio (PSDB-AM) e Álvaro Dias (PSDB-PA). Na imprensa, apoio da revista Veja, depois de presenteá-la com dois cadernos de publicidades de empresas de telefonia controlada por ele.

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Até agora, a Operação Lava Jato recebeu amplo apoio dos grupos de mídia por visar, por enquanto, apenas o PT e os governos Dilma e Lula. Não se pense, da parte dos grupos de mídia, em nenhuma bandeira desfraldada contra a corrupção, mas em interesses políticos e empresariais bastante objetivos.

A Operação, em si, revela uma imensa teia de jogadas envolvendo a Petrobras, a maior empresa brasileira e montadas a partir de executivos indicados no governo Lula. A liberdade conferida a Paulo Roberto Costa superou todos os limites do bom senso. Se o PT pretendia inserir-se no establishment político brasileiro, conseguiu com louvor. Mas sem blindagem.

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Yousseff é muito mais que isso. É mencionado no livro “A privataria tucana” como homem-chave na remessa de recursos de caixa dois de caciques tucanos para o exterior. Participou diretamente de operações que passavam por recursos da privatização, além das operações do notório Ricardo Sérgio – o homem de Serra no Banco do Brasil.

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Se houver, de fato, espírito republicano por parte do juiz Sérgio Moro, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, aplica-se um golpe de morte em todo sistema de financiamento clandestino de campanha eleitoral.

Depois da prisão de executivos, nenhuma grande empresa irá correr mais riscos de continuar nesse jogo.

O STF já votou contra o financiamento privado de campanha. A votação não foi homologada ainda devido ao vergonhoso Gilmar Mendes que, mesmo já sendo voto vencido, pediu vistas do processo e engavetou-o. (GGN)

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