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A poesia do inútil: exposição convida o público a entrar no mundo do invisível

Exposição no Ateliê Aberto convida o público a entrar no mundo do sutil e do invisível e interagir com a transformação da palavra

Por Bruno Chiarotti

No começo era a gambiarra. A dupla de artistas Flavia Regaldo e Aruan Mattos trabalha com a invenção do inútil, com a expansão do tempo imperceptível, tenazes na produção das ações invisíveis que tanto nos fazem falta. Com um toque de Manuel de Barros, de Joseph Morris, de Paulo Nenflidio, dentre outros, o Código Codex da dupla se alastra pela expressão da surpresa em desenvolver máquinas, palavras e a própria percepção do homem em seu mundo de inutilezas que formam um simples questionamento: A que se destina a produção humana?

A poesia dos trabalhos dos mineiros Flavia e Aruan se define com a sutileza do vento de Aracati no Vale do Jaguaribe, Ceará. Onde em 2012 o projeto Barlavento se deu na construção de máquinas que, ao receber o pontual vento de Aracati, tocavam marimbas, tambores e cordas. Um cordel na área do Nordeste. A intinerância seguiu e cumpriu a promessa dos bons ventos que trouxeram Flavia e Aruan para o Ateliê Aberto em Campinas.

Dentro do Módulo III – Tecnologia do Projeto Código Aberto, a dupla realizou um workshop gratuito que resultou na construção de máquinas como: O Toco em Pé, A Máquina de Ferrugem, A Torre Desmontada entre outras máquinas construídas pelos participantes das oficinas. Da parte dos artistas foram realizados dois “Lançamento para o Espaço”, onde um fio de cabelo dela e um fio dele foram guardados dentro de um vidro trancado em uma caixa de metal que transporta o DNA, a essência para o futuro imperceptível. O primeiro lançamento foi realizado no Observatório Municipal de Campinas com a caixa sendo enterrada ao por do sol num domingo abrasador. O segundo lançamento foi realizado durante a semana onde a caixa foi enterrada na parede do próprio Ateliê Aberto. Vestígios e marcas não restam, padece o visual e nasce um documento assinado por todos os participantes comprovando que o futuro guarda a ação invisível.

Ah, o Traslador, não bastassem às máquinas, os gestos, o invisível, também há a palavra. O Traslador é um site onde se insere uma palavra, frase, parágrafo e as sentenças passam pela tradução de várias línguas até virarem um poema eterno e modificado. Cada pessoa que escrever no Traslador poderá ver sua frase exposta na parede do Ateliê Aberto a partir da próxima segunda-feira dia 20, às 19h00, com a abertura da exposição: A Palavra, O Homem, O Mundo. Momento onde todas as Flavias e Aruans se encontrarão junto ao público para um mergulho no Buraco Negro, nas palavras, no inútil, o que é a vida, a forma, o gesto, o lançamento, enfim, a exposição.

Exposição – A Palavra, O Homem, O Mundo
Data Abertura: 20/10/2014 – segunda-feira
Horário: 19h00
Local: Ateliê Aberto Produções Contemporâneas, Rua Major Solon, 911, Cambuí, Campinas/SP
Entrada Gratuita
Visitação: de 21/10 a 05/12 de segunda a sexta das 14h00 às 19h00
Informações: atendimento@atelieaberto.art.br |+55 19 3251 7937 | 19 9 8244 0099

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