Na última quinta-feira, 29 de maio, moradores do Jardim Paraná, na Brasilândia, zona norte da capital paulista, fizeram um protesto contra a morte de três adolescentes em abril desse ano. Os manifestantes foram recebidos com violência pela polícia militar que atirou bombas de gás e balas de borracha. Mais um episódio de violência policial contra a população que foi registrado em vídeo pelo Coletivo Sacode.

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A PM diz que nas proximidades havia ações de “vândalos”, que não poderiam ser permitidas

Veja notícia publicada no site SP Spresso:

Moradores do Jardim Paraná, na Brasilândia, zona norte da capital paulista, saíram às ruas, na noite da última quinta-feira (29), para protestar pela morte de três adolescentes em abril deste ano. A manifestação terminou com intervenção da Polícia Militar, que atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes.

Um vídeo produzido pelo Coletivo Sacode, que acompanhou a manifestação, mostra a ação policial e a tentativa de diálogo dos moradores com a polícia. A mãe de um dos jovens assassinados na chacina afirma, no filme, que foi alvo de uma bomba atirada por policiais.

Aos 1:19 do vídeo, o cinegrafista flagra um policial indo ao encontro de um pequeno grupo de manifestantes, já após a dispersão do protesto, com uma bomba de gás lacrimogêneo na mão.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar informou que “não foi detectada nenhuma irregularidade cometida pelos policiais militares na operação. As imagens são tomadas em determinado momento sem colocar o contexto em que se encontravam. Ressalta-se que nas proximidades havia ações de vândalos, que não poderiam ser permitidas.”

Os policiais queriam liberar a avenida Deputado Cantídio Sampaio, que foi ocupada pelos manifestantes. Enquanto o comandante da operação, que se identificou apenas como “Glaidson” e não usava a identificação no uniforme, tentava negociar com os moradores, a tropa começou a atirar contra os manifestantes, fazendo com que o próprio policial tomasse um susto, sendo obrigado a descer a via correndo.

De acordo com a SSP, “Glaidson” não era o comandante da operação, embora se apresente como tal. A secretaria informou que o homem sem identificação na verdade é “um capitão da PM, que tentou negociar uma solução pacífica para o caso.”

No vídeo, é possível ouvir quando manifestantes seguem o “capitão” e o acusam de ter perdido o comando da tropa, que segue atirando contra os moradores da Brasilândia.

Em poucos minutos, a via estava desobstruída e com uma nuvem formada pelo gás lacrimogêneo. Um homem aparece ferido e outro sendo preso. Porém, apesar das imagens mostrarem uma pessoa sendo levada algemada no camburão, a SSP alega que “não houve presos” na operação.

Chacina

Segundo testemunhas, no dia 16 de abril deste ano, algumas pessoas estavam na praça Sete Jovens, na Brasilândia, conversando, quando dois homens encapuzados chegaram agredindo o grupo e, em seguida, atirando.

O resultado da ação dos dois encapuzados foi o assassinato dos jovens Igor Caique Silva (17), Cleiton Martins de Oliveira (18) e Marcos Vinicius de Oliveira (22). Outras três pessoas ficaram feridas.

As investigações sobre a chacina “estão em estágio avançado”, segundo a SSP, mas os detalhes não podem ser divulgados para que a investigação não seja prejudicada. (Igor Carvalho, site SP Spresso)

Confira o vídeo: