A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criticou mais uma vez o aumento na taxa básica de juros (Selic). Com a alta de 0,25 ponto percentual decidida hoje (2) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), os juros ficaram em 11% ao ano.

Alexandre Tombini
Tombini (em primeiro plano). Taxa Selic sobe para 11% ao ano

O maior nível desde 2011. “A economia segue em marcha lenta e nova alta de juros só servirá para retardar ainda mais a retomada, com a [condição] agravante de que os juros estão subindo e as expectativas de inflação não caem”, disse o presidente da federação, Paulo Skaf.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), o Banco Central tem cedido à pressão dos especuladores financeiros. “O novo aumento da Selic representa, na realidade, outra capitulação do Copom diante do terrorismo do mercado financeiro, o único que ganha rios de dinheiro com a subida dos juros, enquanto todos os demais setores da sociedade perdem”, declarou o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro.

Cordeiro apontou ainda uma série de efeitos prejudiciais causados pelos juros altos. “Vai encarecer a produção e o consumo, dificultando o crescimento econômico do país e freando a política de geração de empregos, melhoria dos salários dos trabalhadores e a distribuição de renda”, enumerou.

Na avaliação da Força Sindical, os juros elevados prejudicam os trabalhadores e o crescimento econômico. “Os trabalhadores ficam em uma encruzilhada. Se, por um lado, eles perdem com a inflação, por outro perdem com os juros altos. São obrigados a reduzir o consumo e, no geral, têm dívidas a serem quitadas arcando com juros exorbitantes”, diz a nota assinada pelo presidente da central sindical, Miguel Torres. (Agência Brasil)