Com medo de que o governo do Estado de São Paulo, por meio da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), diminua a vazão para a bacia do PCJ (Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), o prefeito Jonas Donizette (PSB) foi à Brasília com o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, na manhã desta quarta-feira, 5 de fevereiro.
O objetivo foi conversar com o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, e alertá-lo sobre a possibilidade de a Sabesp, subordinada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), diminuir a água para as cidades da região.
A preocupação de Campinas aumentou com a possibilidade de continuar a estiagem e o baixo nível dos rios da região. A cidade de Valinhos já entrou em sistema de revezamento. De acordo com o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) há possibilidade de pancadas de chuvas nos próximos dias. Mas não há expectativa de chuvas generalizadas até o fim da semana, pelo menos. “O que existe agora é que, por causa dessa escassez, começam as preocupações. A Sabesp, por exemplo, está querendo diminuir a vazão de água do PCJ. Isso é inadmissível. É por isso que estamos aqui, para mostrar para a Agência Nacional de Águas que não existe a mínima possibilidade em diminuir essa vazão de 3 metros cúbicos, que é uma vazão primária, ou seja, uma vazão para consumo humano”, disse o prefeito. Para o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, o encontro foi muito importante para este momento de estiagem. “O presidente Vicente Andreu também foi muito receptivo. Estamos vivendo um momento crítico em nosso sistema hídrico. O nosso principal rio, que abastece 95% da cidade de Campinas, está com níveis críticos, e a preocupação é coletiva, muitas cidades dependem do Rio Atibaia, e temos que defender essa vazão primária de 3 metros cúbicos,” ressaltou Arly de Lara. O Sistema Cantareira está entre os maiores sistemas produtores de água do mundo. Responsável pelo abastecimento de aproximadamente 55% da Região Metropolitana de São Paulo, o Cantareira é composto por seis barragens interligadas por um complexo sistema de 48 quilômetros formado por túneis, canais e uma estação de bombeamento para que a água ultrapasse a barreira física da Serra da Cantareira. Sua área de drenagem se estende até o sul de Minas Gerais.(Carta Campinas)