Chacina de 12 pessoas em Campinas completou um mês sem solução

A maior chacina da história de Campinas, no interior de São Paulo, completou um mês nesta quarta-feira (12) sem que os culpados pelas 12 mortes em série tenham sido identificados.

Policiais são os principais suspeitos até o momento

Diferente da morte de um único cinegrafista da TV Bandeirantes, a grande mídia e o Jornal Nacional também não deram grande destaque. Até o momento, cinco policiais militares foram presos acusados de participação no primeiro assassinato do dia 12 do mês passado, o do jovem Joab Gama das Neves, no Jardim Nova América.

Segundo o promotor Ricardo Silvares, que acompanha o caso, no entanto, ainda não foi possível reunir provas que associem este primeiro assassinato aos demais. A principal suspeita da polícia é de que as execuções tenham sido motivadas por vingança, em retaliação ao assassinato de um policial militar durante uma tentativa de roubo a um posto de combustíveis, horas antes dos assassinatos múltiplos.

A Polícia Civil informou que vai pedir à Justiça mais tempo para apurar as mortes. De acordo com o promotor, o caso é complexo e depende do andamento dos laudos e perícias, principalmente em relação à primeira morte, a do jovem Joab, que deve ajudar a esclarecer os outros assassinatos que, para o Ministério Público, têm a mesma motivação.

O promotor Ricardo Silvares destacou ainda que a grande dificuldade durante esse primeiro mês de investigações foi a falta de testemunhas. Silvares disse que foi muito difícil encontrar quem tivesse presenciado os assassinatos. E aqueles que o puderam fazer, disseram que os executores estavam com gorros no rosto que impediam sua identificação.

O pedido de mais tempo para apurar o caso que a Polícia Civil vai fazer pode chegar a mais 90 dias, de acordo com a decisão do Ministério Público.

Até agora, pelo menos 68 pessoas foram ouvidas, incluindo parentes de vítimas, PMs e comerciantes dos bairros onde ocorreram os assassinatos. A Polícia Civil suspeita ainda que outros PMs do 47º batalhão de Campinas e também do Batalhão de Ações Especiais (Baep) tenham algum envolvimento com os crimes.

Um mês após a chacina, o clima em Campo Grande, Ouro Verde e Jardim Vista Alegre, bairros onde aconteceram as execuções, ainda é de medo e insegurança. As pessoas evitam falar sobre o caso, bem como sair à noite na rua.

O caso

Os assassinatos aconteceram na noite do dia 12 de janeiro e na madrugada do dia 13. A primeira morte foi por volta das 22h30, no bairro Nova América. Menos de meia hora depois, quatro pessoas, entre elas um menor de idade, foram assassinadas no bairro Recanto do Sol. Logo em seguida, mais uma execução no Parque Universitário. Por volta das 23h40, mais um assassinato coletivo: cinco pessoas mortas no bairro Vida Nova. O último crime aconteceu durante a madrugada, no Jardim Vista Alegre.

Os investigadores acreditam que as mortes ocorreram como uma retaliação pela morte de um policial que foi assassinado durante uma tentativa de assalto. Dois suspeitos foram presos pela morte do policial, mas as investigações ainda não conseguiram estabelecer uma relação dos dois detidos com as mortes subsequentes.(SpressoSP/CartaCampinas)

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