
De quarta-feira, 11 de dezembro, até o próximo sábado, 14 de dezembro, a programação de cinema do Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas traz títulos variados e importantes para discussões sociais, políticas e culturais, seja no contexto nacional, seja na cena local.
A semana começa com pequenos documentários sobre o fotógrafo campineiro João Zinclar, que mostram a vocação social e de luta política do seu trabalho. O Cineclube Purpurina apresenta um documentário que conta a história dos travestis de Campinas e, dando continuação às abordagens locais, a Trilogia Toponímia aparece como um dos destaques da programação.
Pensados a partir de um importante e decisivo espaço público, a praça, os três pequenos filmes criam e multiplicam abordagens em torno desses espaços. A Toponímia 1 – O boa… praça fala da confusão provocada por alguns nomes de praças de Campinas, colocando em destaque a questão do lugar, do topos. A Toponímia 2.1 – O nome da praça, tem como tema uma das principais praças da cidade, conhecida como “Largo do Rosário”. O documentário busca retratar a visão da população sobre este local historicamente importante para a cidade. A Toponímia 2.2 – Três nomes e uma praça! discute justamente a confusão provocado pelo fato do Largo do Rosário ter um nome oficial, que poucos conhecem, e dois nomes populares pelos quais a população acostumou a chamar o lugar. A Toponímia 3 – A Praça é Nossa Bento Quirino, com direção de Carlos Alberto Cohon, encerra a trilogia e concentra a abordagem em uma única praça da cidade, buscando revelar parte dos seus segredos e de suas memórias, adentrando em sua territorialidade e vasculhando seus arquivos iconográficos.
No sábado, 14 de dezembro, às 16h, será exibido o documentário “Crônica de uma obra aberta”, com direção de Alberto Cohon, Flavio Ferrão e Viviana Echavez Molina, que traz um questionamento sobre a democracia no contexto das sociedades modernas e, principalmente, no contexto brasileiro. A partir das recentes manifestações, o grupo de realizadores se vê, de forma ainda mais contundente, diante da urgência da discussão sobre nossa forma de organização política.
Ainda no sábado, “Não fale das coisas que você nunca viu”, uma produção do Ponto de Cultura NINA com montagem de Everaldo Cândido e Felipe Garcia Camargo busca instigar o olhar do espectador a partir da documentação de diversas manifestações culturais, em várias regiões do país, de modo que quem vê possa desenvolver um olhar reflexivo e mais aberto na direção do outro. A semana se encerra com uma valorização da música de Campinas por meio do documentário Henryson, de Robson Clério, que conta um pouco da história da gravadora de mesmo nome que funcionou em Campinas nos anos 60 e 70 sob o comando de Henrique Oliveira Junior.(Da Rede Carta Campinas com informações de divulgação)
Veja abaixo a programação completa:
Dia 11 de dezembro, quarta-feira, às 19h
Ciclo Revisão Crítica do Cinema Novo – Mostra Doc 360°“Não faço fotografia, faço denúncia social”
Direção: Sônia Regina F. Oliveira
Ano: 2013, Brasil
Sinopse: Relato de João Zinclar para crianças de uma escola pública, sobre como se deu o seu interesse pela fotografia.
16 min“Camarada João, Presente! Agora e Sempre!”
Direção: Carlos Tavares
Ano: 2013, Brasil
Sinopse: Homenagem à vida e à memória do amigo e companheiro de luta, camarada João Zinclar.
48 minDia 12 de dezembro, quinta-feira, às 19h
Mostra Rock anos 60Cineclube Purpurina com curadoria de Laerte Ziggiatti e Ralf Giesse
“Se me deixam sonhar”
Direção: Denise Martins e Carlos Tavares
Ano: 2008, Brasil
Sinopse: Documentário que conta “Um construir, uma emoção, uma história” das travestis de Campinas de 1980 até 2007, por Denise Martins, coordenadora do movimento das travestis e transexuais do grupo Identidade de Campinas.
42 minDia 13 de dezembro, sexta-feira, às 19h
Ciclo Revisão crítica do Cinema NovoTrilogia Toponímia
Toponímia 1 – O boa… praça
Direção: Luiz Humberto
Roteiro: Luiz Humberto e Orestes Toledo
Edição: Felipe Garcia
Imagens: Orestes Toledo
Apoio: Coletivo Ninja
Suporte Técnico: Diego Almeida e Gustavo Sousa
Maquiagem e figurino: Claudia Paula
Trilha Sonora: Alberto Cohon
Elenco: Viviana Echavez – Moça – (Visitante da praça), Luiz Humberto – Boa Praça- (Documentarista)
Ano: 2013, Brasil
Sinopse: Docudrama inspirado nas confusões provocadas pelos nomes de algumas praças de Campinas.
15 minToponímia 2.1 – O nome da praça
Roteiro, direção e montagem: Gustavo Sousa
Fotografia: Diego Almeida
Apoio técnico: Luiz Humberto Siqueira, Orestes Toledo
Ano: 2013, Brasil
Sinopse: A visão da população sobre o Largo do Rosário, um local historicamente importante de Campinas que até hoje abriga discussões das mais variadas, inclusive quanto ao seu próprio nome.
15 minToponímia 2.2 – Três nomes e uma praça!
Roteiro, direção e montagem: Diego Almeida
Fotografia: Diego Almeida.
Produção: Diego Almeida e Gustavo Sousa
Ano: 2013, Brasil
Sinopse: Entrevistas no Largo do Rosário onde a maioria desconhece o nome oficial, que é Praça Visconde de Indaiatuba e alguns identificam o local como Praça dos Pombos. Um nome oficial e dois populares.
15 minToponímia 3 – A Praça é Nossa Bento Quirino
Diretor, Produtor, Fotografia e Som: Carlos Alberto Cohon
Ano: 2013, Brasil
Sinopse: Localizada em Campinas-SP, a praça Bento Quirino traz em si uma série de curiosidades históricas. O documentário “A Praça é Nossa” visa então revelar parte dos seus segredos e de suas memórias, adentrando em sua territorialidade e vasculhando seus arquivos iconográficos.
22 minDia 13/12 (sexta-feira) às 20h
Ciclo Revisão crítica do Cinema Novo – Mostra Doc 360°Caiçaras – Às margens do Brasil?
Produção, direção, fotografia, edição, captação de som direto: Guilherme Rodrigues
Ano: 2013, Brasil
Sinopse: O documentário busca retratar um modelo de vida secular típico de algumas regiões do litoral sul e sudeste do Brasil. Um povo sem voz, envolto em diversos conflitos de terra e que vê suas tradições se perderem ou serem diluídas face aos encantos da sociedade moderna, mas que em meio a todos estes desafios ainda luta na intenção de manter sua cultura viva.
35 minsábado, 14 de Dezembro, 16h – Debate após a Exibição
CRÔNICA DE UMA OBRA ABERTA
Direção de Alberto Cohon, Flavio Ferrão, Viviana Echavez Molina
Idéia Original: Alberto Cohon, Flavio Ferrão, Viviana Echavez Molina, Orestes Toledo e Paula Viana
Fotografia: Viviana Echavez Molina
Montagem: Viviana Echavez Molina
Som: Flavio Ferrão
Um grupo de realizadores se pergunta qual é a democracia que temos e como as relações democráticas se aplicam nas sociedades modernas, em especial, na sociedade brasileira. Na procura de responder a essas perguntas se reúnem para planejar como fazê-lo audiovisualmente. Os realizadores saem às ruas, entrevistam especialistas e observam o tratamento que a grande mídia dá ao assunto. Durante o processo de filmagem, eclodem grandes manifestações populares por todo o país que demonstram a insatisfação do povo. A partir dessa nova situação política, os realizadores são defrontados a explorar problemas do sistema democrático.MINHA BUSCA PELO PARTO
Roteiro e Direção: Ivie Nunes de Santana
Fotografia: Ivie Nunes de Santana, Filipe Lopes Mulato
Edição: Eduardo Takahashi
Sinopse:Primeiro parto; nascerão um bebê, um pai e uma mãe. No Brasil de cultura cesarista, a busca era de como fazer esse filho chegar nas melhores condições possíveis, respeitado seu tempo e a natureza do corpo da mãe.
Brasil, 2013, 30 min.NÃO FALE DAS COISAS QUE VOCÊ NUNCA VIU
Idéia e Condução: Everaldo Cândido
Fotografia e câmera: Everaldo Cândido
Montagem: Everaldo Cândido e Felipe Garcia Camargo
Produção: Ponto de Cultura NINA.
Sinopse: Instigar o espectador para um olhar reflexivo a cerca das idiossincrasias, contradições, tabus, desencontros e convergências entre diferentes costumes ritualísticos/espirituais dos eventos autônomos documentados: a cultura Afro-brasileira no interior de São Paulo; uma peculiar “fé rural” praticada no sul do país e o sincretismo praticado por uma etnia indígena no coração do Mato Grosso. Um vôo sobre as entranhas do pulsante de cada um destes arranjos espirituais. Brasil, 2013, 15 minSábado, 14 de Dezembro, 19h30min – Debate após a Exibição
HENRYSON
Roteiro e Direção: Robson Clério
Gravação: Robson Clério, Diego Almeida, Gustavo Sousa, Viviana Echávez
Arte Gráfica e Animação: João Cunha
Montagem: Robson Clério
Fotografia Making-of: Sebastião Fogaça
Captação e tratamento de áudio: Guga Lourenço
Sinopse: A gravadora Henryson, funcionou em Campinas – SP produzindo Duplas e Violeiros, MPB, Jingles Publicitários, Propagandas Eleitorais, e diversos estilos musicais que tinham interesse em gravar um disco. Henrique Oliveira Junior vanguardista, inovador conduziu a Henryson por duas décadas registrando e confeccionando discos com a música de Campinas – SP. Brasil, 2013, 40 min