O pesquisador Ederson Nascimento, em tese de doutorado defendida no Instituto de Geociências (IG) criou um mapa da exclusão social e mostrou a lenta diminuição dessa exclusão nos últimos 20 anos. A pesquisa analisou as desigualdades sociais e espaciais das 19 cidades que compõem a Região Metropolitana de Campinas (RMC), a partir dos dados dos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010.
A pesquisa é detalhada, como se pode ver nos gráficos abaixo, mas chama a atenção os itens de Alta Exclusão, Média Exclusão (média alta e média baixa) e Baixa Exclusão. Em 1991, a RMC tinha 1,5% da população em Alta Exclusão, mas esse índice caiu para 0,3% em 2010. Outra redução significativa foi a Média Exclusão, que passou no mesmo período de 41% para apenas 12,3% da população. Em compensação, essa melhora ficou praticamente restrita à Baixa Exclusão que aumentou de 34,7% para 45,3%, além dos primeiros degraus de inclusão (Veja quadro abaixo) .
O índice de exclusão/inclusão social formulado pelo autor do estudo é formado por quatro condições básicas de vida: autonomia de renda, desenvolvimento humano, equidade e qualidade domiciliar. Com os dados dos três censos, Ederson procurou construir uma metodologia para comparar as desigualdades no tempo, ao longo desses 20 anos em que os censos trazem dados socioeconômicos.
Em seus estudos, Nascimento também considerou variáveis como renda e escolaridade, número de pessoas por família com idade de 0 a 14 anos (sem renda), domicílios com abastecimento de água, falta de rede esgoto, coleta de lixo doméstico inadequado, número de moradores e média de cômodos, banheiros por domicílio, domicílios improvisados e domicílios em aglomerados subnormais, dentre outras variáveis. “Essas variáveis receberam notas, que depois de agregadas geraram o índice geral de exclusão e inclusão social para os anos de 1991, 2000 e 2010, a fim de se saber o que melhorou, o que piorou e o que mais mudou”, afirmou o pesquisador ao site da Unicamp. (Da Rede Carta Campinas, com informações de divulgação)
