De 7 a 28 de setembro, o MIS Campinas exibe gratuitamente diversos filmes que fazem parte da programação dos ciclos “Cinema e Literatura” e “Aula de Cinema”. Sob curadoria de Ricardo Pereira, os ciclos levam ao público adaptações cinematográficas de importantes obras da literatura e filmes marcantes para a história do cinema pelas inovações estéticas que trouxeram e pela discussão sobre o próprio cinema.

A Máquina do Tempo
A Máquina do Tempo

Dentro do ciclo “Cinema e Literatura” será exibido “A Máquina do Tempo”, de George Pal, baseado no romance homônimo de H.G. Wells. O livro recupera o motivo da “máquina do tempo” que permite viajar ao futuro, rompendo as barreiras lineares do tempo e conhecendo os cenários do por vir. Na história, a viagem ao futuro surge como armadilha, pois George, o personagem cientista que realiza a viagem, se decepciona ao encontrar um cenário de divisão da raça humana. A adaptação de Pal foi vencedora do Oscar de Melhores Efeitos Especiais.

“Crime e Castigo”, de Dostoiévski, também está entre os clássicos da literatura que inspiraram um do filmes que será exibido em setembro já dentro do ciclo “Aula de cinema”. “Pickpocket – O batedor de carteiras”, dirigido por Robert Bresson, traz como personagem principal um jovem, Michel, que começa a bater carteiras pela pura emoção que sente ao praticar o ato do roubo. A atração pelo crime produz um conflito permanente na vida do personagem, pois enquanto se sente atraído pelo proibido, sua consciência o condena. “A frieza do tratamento, o rigor e a economia dos efeitos psicológicos faz deste filme um grande clássico da escola Bresson”.

O ciclo “Aula de cinema” traz ainda “A Rosa Púrpura do Cairo”, de Woody Allen, onde o cinema surge como a fuga encontrada por uma pacata dona-de-casa da realidade em que vive. De perfil metalinguístico, o filme aborda o poder transformador do cinema e, ao mesmo tempo, a capacidade deste último de transgredir seus suportes físicos e espaciais – como a tela de projeção – e atingir de forma expressiva a vida real de cada um de seus espectadores.

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Da tela para a realidade

 

“A um passo da liberdade”, de Jacques Becker, também faz parte do mesmo ciclo em setembro. Prestes a fugir da prisão, depois de elaborar um meticuloso plano de fuga com seus companheiros de cela, um homem descobre que em poucos dias vai ganhar a liberdade novamente. Fazendo jus ao título do ciclo, o fime traz uma “esplêndida e sombria direção, com uma iluminação e um roteiro que é uma verdadeira aula. Maravilhoso testamento fílmico de Becker, sem dúvida seu melhor filme”. (Maura Voltarelli/ Rede CartaCampinas)

Veja a programação completa dos ciclos:

Dia 7 de Setembro, 16h
A MÁQUINA DO TEMPO
Direção de George Pal.

Final do século XIX. George (Rod Taylor) é um cientista que, cansado da ignorância de seu tempo, decide construir uma máquina do tempo. Ele sonha em conhecer o futuro, onde acredita que encontrará a paz entre os homens. Porém, ao conseguir realizar a viagem, George se surpreende com o que encontra. A raça humana está dividida em duas, sendo que na superfície as pessoas são pacíficas e nos subterrâneos elas são deformadas e canibais. Para retornar à sua época George precisa ir até os subterrâneos, já que sua máquina do tempo está com o povo que lá vive. Baseado no romance homônimo de H.G. Wells. Vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais. EUA, 1960. Colorido, 103 min. CINEMA & LITERATURA.

Dia 14 de Setembro, 16h
A ROSA PÚRPURA DO CAIRO
Direção de Woody Allen.

A pacata dona-de-casa Cecília (Mia Farrow) encontra no cinema a fuga de sua dura realidade, que envolve a Grande Depressão Econômica e um cruel e vagabundo marido que vive às suas custas. O longa que a mulher mais assiste é A Rosa Púrpura do Cairo e, durante uma das inúmeras sessões que ela estava presente, o protagonista do filme (Jeff Daniels) sai da tela para conhecer e encontrar aquela misteriosa mulher que assistiu tantas vezes o mesmo filme. Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original. EUA, 1985. Colorido, 82 min. AULA DE CINEMA.

Dia 21 de Setembro, 16h
PICKPOCKET – O BATEDOR DE CARTEIRAS
Direção de Robert Bresson.

O personagem principal é Michel (Martin LaSalle), um jovem que começa a bater carteiras por prazer e pela emoção do roubo, e isso vira uma compulsão. Ele é preso, percebe o choque que isso causa em sua mãe e em seus amigos e reflete sobre seus atos. Porém, depois de solto, ele se junta a um ladrão veterano e volta ao crime. Sua consciência pesa, bem como a memória de sua mãe. Também a presença de Jeanne (Marika Green), uma jovem por quem se apaixona, lhe faz pensar em deixar o crime, o que acontece de forma irônica. O filme contou com um batedor de carteiras como consultor. A frieza do tratamento, o rigor e a economia dos efeitos psicológicos faz deste filme um grande clássico da escola Bresson. Inspirado em Crime e Castigo, de Dostoievski. França, 1959. Preto e Branco, 75 min.

Dia 28 de Setembro, 16h
A UM PASSO DA LIBERDADE
Direção de Jacques Becker.

Homem que divide a cela numa prisão de Paris com mais quatro prisioneiros, aceita elaborar um meticuloso plano de fuga com os companheiros. Um dia antes de fugirem, o homem descobre que seu caso será arquivado, e ele será libertado em poucos dias. Esplêndida e sombria direção, com uma iluminação e um roteiro que é uma verdadeira aula. Maravilhoso testamento fílmico de Becker, sem dúvida seu melhor filme. Magnífico. França/Itália, 1960. Preto e Branco, 132 min.