Muitos vereadores de Campinas que se intitulam defensores da ‘família e dos bons costumes‘ se calaram diante do pedido de CPI da corrupção do Hospital Ouro Verde, após a divulgação do escândalo de corrupção.

Vereadores que foram foram aguerridos defensores do projeto ‘escola sem partido’, que tenta censurar professores e promover o autoritarismo evangélico conservador nas escolas públicas, evitaram fiscalizar os recursos da saúde pública, na sessão da Câmara desta segunda-feira, 4.

Leões em defesa da ‘moral e dos bons costumes’, os vereadores da base do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), afirmam que é desnecessário uma CPI para investigar a corrupção do Hospital Ouro Verde. A CPI poderia estabelecer uma possível ligação entre a corrupção e o financiamento de campanhas políticas, com vista às próximas eleições.

O pedido de CPI foi protocolado por 4 vereadores: Marcelo Silva (PSD), Pedro Tourinho (PT), Gustavo Petta (PCdoB) e Carlão (PT) e tem o apoio de Mariana Conti (PSOL) e Tenente Santini (PSD), o único defensor da “família” que apoia a CPI.

Na sessão de ontem, os vereadores da oposição pediram a instalação da CPI, mas a base do governo Jonas Donizette (PSB) não aderiu ao pedido. Na tribuna, Maria Conti afirmou que o sistema de terceirização da saúde está falido e questionou: “Se o prefeito Jonas Donizette está tão surpreso e indignado com as denuncias de corrupção, por que a sua base na Câmara quer impedir a investigação?”.