Ah! Quantas virgens surgem diante da lista de Fachin na delação da Odebrecht.

Óh, estou chocada com tanta corrupção. Óh, céus!

As virgens mais puras são os jornalistas e proprietários da grande mídia.

Imagina que eles não sabiam como funcionava o sistema de financiamento empresarial da eleição.

Emílio Odebrecht diz que a mídia sabia e muito. ‘Faz 30 anos que funciona desse jeito. Por que só agora fazem isso?’, questionou o empresário. A Globo, Band, Record, Folha, Estadão, Veja são virgens de 30 anos de casa. São velhas virgens.

Muitos jornalistas trabalham com políticos diretamente, articulam apoios, omitem, atacam. Fazem parte do jogo como o garçom do bordel. Mas o garçom não sabe nada.

As virgens do judiciário.  Todos os dias surgem escândalos relacionados com o financiamento empresarial, licitações, cargos comissionados, compra de voto. Ninguém é punido. Todos virgens.

Ninguém sabe, sim, são todos virgens, ninguém sabe que a corrupção e o financiamento bem alto das campanhas políticas é a melhor forma de alijar da política as classes médias e pobres. Ou seja, 90% da população.

Veja que uma única empresa. Isso mesmo, uma única empresa envolveu só esses partidos: PMDB, PSDB, PT, PP, PSD, DEM, PR, PSB, PRB, PMN, PPS, PTB, PTC, PTdoB, SD, PCdoB e PDT.  Não é uma virgindade total. Estou chocada! Nunca existiu corrupção. Isso é uma exceção. Ó céus!

E os políticos. Também virgens. Ninguém sabe que sem muito dinheiro e, claro, sem corrupção não se ganha eleição. Exceto em casos excepcionais, mas ninguém governa na excepcionalidade.

As virgens saíram às ruas contra a corrupção com a camiseta da CBF. As belas virgens amarelas, patriotas que entregaram o petróleo brasileiro e a tecnologia de enriquecimento de urânio para os EUA. Ah, que belas virgens patrióticas.

Ah, como é bom viver em um país em que virgens se escandalizam no bordel da Odebrecht. Amém! (Susiana Drapeau)