
Neste domingo, 7 de dezembro, o Movimento Nacional Mulheres Vivas realiza uma série de manifestações em várias cidades do país para denunciar a violência contra as mulheres e o aumento dos casos de tentativa e de feminicídios consumados. Em Campinas, a concentração será as 9h, na Estação Cultura.
Nos últimos dias, vários casos expuseram a escalada de agressões, ameaças e assassinato de mulheres. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), apenas neste ano, foram registrados 207 feminicídios no estado. O número é 8% em relação ao mesmo período do ano passado, com 191 casos de janeiro a outubro.
Entre os recentes episódios brutais de violência, está a tentativa de assassinato de Tainara Souza Santos, de 30 anos, que teve as duas pernas amputadas após ter sido atropelada pelo ex-namorado, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, e arrastada pela Marginal Tietê, em São Paulo.
Um dia antes, em 28 de novembro, a diretora pedagógica Allane de Souza Pedrotti Matos, de 41 anos, e a psicóloga Layse Costa Pinheiro, de 40 anos, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), no Rio de Janeiro, foram mortas a tiros por um funcionário que não aceitava ser chefiado por mulheres. O agressor, Antônio Miranda Tello Ramos Gonçaves, se matou em seguida.
Conhecido como Calvo do Campari, o coach e influenciador Thiago da Cruz Schoba, de 37 anos, foi preso em flagrante no dia 29 após ser denunciado por agressão e tentativa de estupro pela namorada. Ele foi solto após a audiência de custódia. Frequentemente, Schoba, associado ao movimento “red pill”, faz declarações misóginas nas redes sociais.
Em Campinas, o vereador bolsonarista Otto Alejandro (PL) é investigado pela polícia e alvo de uma Comissão Processante na Câmara Municipal por violência doméstica. Em boletim de ocorrência registrado na 1ª Delegacia da Mulher, a namorada acusou o parlamentar de agressão verbal, física e ameaça de morte.
MANIFESTO DO MOVIMENTO LEVANTE MULHERES VIVAS
Não poderíamos nos omitir diante a grave constatação da epidemia sistemática do aumento da violência contra as mulheres.
TODO(a)s às ruas contra a epidemia de feminicídio, alimentada e amplificada por discursos machistas e misóginos que se espalham pela internet como veneno. O que vemos hoje não são casos isolados: é um movimento organizado, ruidoso e perigoso, que tenta empurrar as mulheres de volta ao silêncio, à submissão e à violência.
O Brasil atravessa uma escalada brutal de agressões, ameaças e assassinatos de mulheres. A impunidade avança, o ódio se normaliza e grupos misóginos tentam rebaixar, desumanizar e atacar direitos conquistados com décadas de luta.
Mas nós não aceitamos.
Não vamos recuar.
Não vamos nos calar.
Cada violência é uma chamada à ação.
Cada ataque é um alerta.
Cada tentativa de silenciamento é um empurrão para que sejamos ainda mais numerosas, mais fortes e mais presentes.
E é por isso que o dia 07/12 é decisivo.
Este é o dia em que mostramos que mulheres vivas, organizadas e unidas movem este país — e não serão derrotadas por nenhuma onda de ódio, covardia ou violência.
Vem ocupar a rua, somar força, exigir respeito e defender a vida das mulheres.
Vem dizer basta ao machismo, ao feminicídio e a todos os que tentam nos silenciar.
Nossa voz é mais poderosa do que o ódio deles.
Nossa presença transforma.
Nossa luta salva vidas.
É na rua que nos defendemos.
É na rua que avançamos.
É na rua que mostramos que não há retrocesso possível.
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