Unicamp repudia detenção de ativistas da flotilha humanitária pelas forças israelenses

(foto reprodução – instagram)

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) divulgou nesta quinta-feira (2/10) uma nota de repúdio à interceptação de barcos e a captura de ativistas da missão humanitária Global Sumud Flotilla que tentavam furar o bloqueio na Faixa de Gaza. “A Reitoria lamenta e repudia com veemência a detenção, por parte do governo de Israel, da vereadora, doutoranda e funcionária da Unicamp Mariana Conti e de integrantes da Global Sumud Flotilla”, afirma a nota.

De acordo com o comunicado, a ação, em águas internacionais, “além de violar direitos e de colocar em risco a vida dos pacifistas, revela ao mundo a truculência que tem caracterizado as ações das forças militares israelenses, responsáveis pela morte de milhares de palestinos e pelo cerco que condena os sobreviventes à fome e à privação de toda sorte, deixando-os sem as mínimas condições de subsistência”.

A Reitoria encerra a nota expressando solidariedade aos manifestantes, defendendo o diálogo para por “fim à barbárie” e afirmando que “se junta àqueles que exigem a imediata libertação dos detidos”.

Em 30 de setembro, a Unicamp já havia decidido romper, de forma unilateral e imediata, o acordo com o Instituto Technion, de Israel, que estava em vigor desde 2023.

ADunicamp

A ADunicamp, Associação de Docentes da universidade, também manifestou “profunda indignação e repúdio”, destacando que a missão da flotilha para levar alimentos e medicamentos aos palestinos é legítima e pacífica. A diretoria da entidade também lembra que apoiou integralmente a “decisão corajosa” de Mariana Conti de participar da frota.

“O que está em curso não é uma ação isolada, mas parte de uma política sistemática de violação do direito internacional, do sequestro de civis, da intimidação de ativistas e do ataque a ações humanitárias por parte de um Estado que pratica crimes contra a humanidade. O sequestro de integrantes da Flotilha, entre eles membros da comunidade acadêmica brasileira, é absolutamente inaceitável”, afirma.

No texto, publicado ainda na quarta feira (1/10), quando começaram as interceptações e detenções, a ADunicamp cobrou da Reitoria da Unicamp a manifestação imediata e pública “em defesa da vida e da liberdade dos brasileiros sequestrados”, o que ocorreu no dia seguinte.

“Exigimos também que o Governo do Estado de São Paulo e, sobretudo, o Governo Federal atuem de forma urgente, contundente e pública, acionando todos os instrumentos diplomáticos e políticos disponíveis para garantir a libertação imediata e incondicional dos sequestrados”, continua o texto.

Estudantes

Os estudantes da universidade também estão mobilizados pela causa. Uma vigília pela libertação dos ativistas , em solidariedade ao povo palestino e pelo fim do cerco a Gaza está marcada para as 18h desta quinta-feira (2/10) no Ciclo Básico (PB) da Unicamp, após a mesa “A resistência palestina e a luta internacionalista contra o sionismo”, que será realizada às 19h30 no Instituto de Filosofia e Ciência Humanas (IFCH).


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