Hugo Motta, presidente da Câmara, emprega três funcionárias fantasmas

(foto bruno spada – c. federal)

Uma reportagem da Folha de S. Paulo, divulgada nesta terça-feira (15), revelou que o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB), empregou em seu gabinete três funcionárias ‘fantasmas’. Pelo jeito não bastam R$ 50 bilhões em emendas parlamentares, é preciso ter funcionários nomeados sem exercer a função.

As três foram nomeadas para o cargo de secretária parlamentar, com 40 horas semanais de jornada de trabalho, o que impede o exercício de outra atividade, embora exerçam outras atividades incompatíveis com a atribuição do cargo.

Segundo a reportagem, de Lucas Marchesini e Raphael Di Cunto, uma das três, Gabriela Padigis, é fisioterapeuta e mora em Brasília. Filha do então chefe de gabinete de Motta, ela está lotada no gabinete desde junho de 2017, com salário inicial de R$ 4,4 mil. Hoje ela recebe R$ 11,5 mil brutos mais R$ 1,8 mil em auxilio. Recebe recursos públicos, mas atende em uma clínica particular às segundas e quartas durante todo o dia, além de dar expediente em outra clínica, às 18km da Câmara, às terças e quintas à tarde.

Uma outra funcionária, Louise Lacerda, entrou no gabinete em 2018 e recebe até hoje o salário de R$ 2,8 mil, além de auxilio de R$ 1,8 mil. Filha do ex-vereador Marcílio Lacerda (Republicanos), é estudante de medicina na Faculdade Nova Esperança, em João Pessoa. O curso é em período integral e diurno.

Já a terceira, Monique Magn,o é filha de uma advogada que também atua como assessora de Motta e chegou ao gabinete em 2019 com salário de R$ 1,2 mil. Atualmente recebe R$ 1,8 mil mais R$ 1,8 mil de auxílio. Monique, na realidade, é assistente social na prefeitura de João Pessoa desde abril de 2021. Segundo a PMJP, em resposta à Folha, a carga horária dela é de 30 horas semanais e, quando foi contratada, não informou ter outro cargo público.

Em respota a Folha de S. Paulo, o deputado diz que demitiu duas das funcionárias após ser procurado pelo jornal. Em nota, Hugo Motta informou que “preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários de seu gabinete e que dispensa a exigência do ponto eletrônico dentro das regras estabelecidas pela Câmara dos Deputados”.

A fisioterapeuta Gabriela Pagidis respondeu que consegue conciliar as atividades. A estudante de medicina, Louise Lacerda, não respondeu aos contatos da Folha. A assistente social Monique Magno desligou a ligação da Folha e, depois, respondeu via mensagem que cumpre os horários nos dois empregos e ainda concilia as tarefas como mãe solo.


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