‘Dzi Croquettes Sem Censura’ resgata a trajetória e a irreverência do grupo que desafiou a ditadura

(ronaldo gutierrez – divulgação)

Em São Paulo – A história de um dos coletivos artísticos mais marcantes da história cultural do Brasil chega aos palcos no espetáculo Dzi Croquettes Sem Censura, que estreia em São Paulo nesta quinta-feira, 12 de junho, no Teatro Itália. A peça fica em cartaz até 27 de julho.

Com seu tom transgressor e irreverente, os Dzi Croquettes desafiaram a ditadura e o conservadorismo em uma época sombria para o país ao mesmo tempo em que revolucionaram e expandiram as fronteiras da arte brasileira com suas performances criativas, provocativas e inovadoras.

Assinando dramaturgia, direção, coreografia e concepção cênica, Ciro Barcelos destaca a importância de revisitar a trajetória do grupo, fundado em 1972 por Wagner Ribeiro e pelo bailarino Lennie Dale. Para o ator, que fez parte da formação original, mais do que um coletivo teatral, o Dzi foi um “fenômeno cultural de luta e resistência ao regime militar”. “Sua influência nas mudanças dos costumes e comportamento de toda uma geração está expressa nos dias de hoje nas conquistas legais de direitos humanos e liberdade de expressão”, diz.

Combinando teatro, dança e música, o espetáculo mantém a linguagem cênica única dos Dzi Croquettes, trazendo à tona sua história em primeira pessoa. Ciro Barcelos, que já dirigiu Dzi Croquettes Em Bandália, resgata neste novo espetáculo sua própria vivência no grupo original.

A narrativa vai além dos palcos e mergulha no cotidiano compartilhado pelos artistas, que viveram sob o mesmo teto. “Minha experiência é fundamental para recontar essa história vivida por mim, pois não existem muitos registros detalhados do que verdadeiramente foi e significou o encontro de 13 atores vivendo em comunidade em torno de um mesmo ideal”.

A montagem revela os bastidores do grupo, suas relações pessoais, momentos de alegria, sofrimento e resistência. Unidos por um mesmo propósito artístico e político, os Dzi Croquettes enfrentaram a censura, a repressão e a a perseguição do regime militar, o que acabou levando o grupo ao exílio.

Na peça, Ciro interpreta a si mesmo e Lennie Dale. O elenco ainda conta com Daniel Suleiman (Ciro jovem), Fernando Lourenção (Bayard Tonélli), Akim (Carlinhos Machado), Celso Till (Claudio Gaya), Jonathan Capobianco (Rogério de Polly), Kaiala (atriz não binária que interepreta Nêga Vilma e Benê), Feccini (Reginaldo de Polly), André Habacuque (Claudio Tovar), Bruno Saldanha (Paulette) e Juan Becerra (Wagner Ribeiro). (Com informações de divulgação)

Serviço

Data: 12/6 a 27/7
Horários: quintas a domingos às 20h30; em julho, apenas sábados e domingos, às 20h30
Local: Teatro Itália
Endereço: Av. Ipiranga, 344, República, São Paulo-SP
Ingressos: R$ 50,00 a R$ 160,00 à venda no Sympla


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