
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou em fevereiro deste ano o uso do Bisfenol F em latinhas de bebida. O produto é uma substância associada a potenciais problemas de saúde, como disfunções hormonais, para o revestimento de embalagens de bebidas no Brasil. A União Europeia não permite o uso de Bisfenol F em materiais destinados ao contato com alimentos.
Reportagem de Daniel Haidar, do Repórter Brasil, ainda diz que a Anvisa está atuando para liberar o produto no Mercosul. “Em setembro de 2022, o Brasil apresentou formalmente ao Mercosul um pedido para a inclusão de novos produtos (como o Bisfenol F) na “lista positiva” do bloco econômico. A justificativa era a de que a relação estava “desatualizada”, o que “impedia a inovação tecnológica do setor e criava barreiras injustificadas ao comércio de embalagens”.
A decisão de autorizar o uso do Bisfenol F (BPF) na composição de “latinhas” no Brasil, como as utilizadas para sucos, refrigerantes e água mineral, ocorreu após solicitação feita pela Valspar Corporation, do grupo americano Sherwin-Williams — conglomerado global do mercado de tintas, vernizes e revestimentos.
“O Bisfenol F é o sucessor do Bisfenol A, composto químico proibido em diversos países. O material é apontado como fator de risco para as funções metabólicas e hormonais do corpo humano. Desde 2012, uma resolução da Anvisa impede o uso de Bisfenol A em produtos infantis. Atualmente, tramitam no Congresso medidas para ampliar a proibição.
Já o Bisfenol F surgiu como alternativa para driblar as restrições. A substância é aplicada principalmente na fabricação de resinas epóxi, amplamente utilizadas no revestimento interno de embalagens metálicas. O BPF teve o uso difundido por aumentar a vida útil de diferentes produtos, garantindo maior resistência térmica às embalagens.”
Pesquisadores ouvidos pela Repórter Brasil veem com preocupação a medida da Anvisa e afirmam que uma eventual aprovação deveria ser amparada por evidências científicas mais robustas. Pesquisas mostram que o Bisfenol F pode contribuir para problemas de saúde, como ganho de peso e surgimento de diabetes, além de prejuízos à placenta, inclusive com riscos ao neurodesenvolvimento de filhos em casos de gravidez.
Veja reportagem completa AQUI.
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