
O cinema brasileiro está em destaque na 78ª edição do Festival de Cannes. O longa-metragem “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, é um dos selecionados para a competição principal, disputando a cobiçada Palma de Ouro. Além disso, o Brasil é o país homenageado na edição de 2025 do Marché du Film, um dos maiores encontros da indústria audiovisual mundial, com a negociação de direitos, coproduções, vendas e parcerias para filmes e projetos.
Vencedor do Prêmio do Júri, em 2019, por “Bacurau” (codirigido por Juliano Dornelles), o recifense Kleber Mendonça Filho estreou “Retratos Fantasmas” no festival em 2023 e agora retorna à seleção competitiva. O vencedor será anunciado na cerimônia de encerramento, no dia 24 de maio, escolhido por um júri presidido pela atriz Juliette Binoche.
Suspense político
Ambientado na Recife de 1977, durante a ditadura militar, “O Agente Secreto” acompanha Marcelo (Wagner Moura), um professor da área de tecnologia que retorna à cidade natal em busca de paz, mas encontra um ambiente tenso e vigiado.
O filme é um thriller psicológico que mistura elementos de suspense com uma crítica à repressão política da época. Além de Moura, o elenco conta com Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Isabél Zuaa e Alice Carvalho.
“O Agente Secreto”, com estreia marcada para este domingo (18) em Cannes, também foi selecionado para a competição principal e será exibido no Festival de Veneza 2025, de 28 de agosto a 7 de setembro. O filme deverá chegar aos cinemas brasileiros no segundo semestre.
Mais brasileiros
A participação de filmes nacionais em Cannes inclui a exibição de mais oito produções em eventos do festival e paralelos, uma importante vitrine para a cinematografia nacional.
“O Riso e a Faca”, inspirado na canção de Tom Zé, será exibido na mostra Un Certain Regard. O documentário “Para Vigo me Voy!, sobre Cacá Diegues, está no Cannes Classics, e o curta-metragem “Samba Infinito” será apresentado na Semaine de la Critique.
Completam a lista “Culebra Negra”, produção franco-colombiano-brasileiro que será exibida na ACID – Association du Cinéma Indépendant pour sa Diffusion, e quatro curtas produzidos no Ceará por jovens talentos do cinema brasileiro – Bernardo Ale Abinader, Luciana Vieira, Stella Carneiro e Wara – em dupla com um cineasta estrangeiro e que foram exibidos na abertura do festival.
Campinas em Cannes
Destaque desta edição, o Brasil também terá uma forte presença no Marché du Film, com a participação de uma centena de empresas e cineastas das várias regiões do país que terão a oportunidade de apresentar seus filmes em um dos mais importantes centros de negócios da indústria cinematográfica mundial.
Entre eles, estão Coraci Ruiz e Julio Matos, diretores de “Afrontosa”, documentário produzido pelo Laboratório Cisco, de Campinas, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2026
A produção acompanha a trajetória de Suzy Santos, mulher trans, preta e periférica, fundadora da Casa Sem Preconceitos, um abrigo para pessoas trans em situação de vulnerabilidade em Campinas. O filme retrata sua candidatura ao cargo de vereadora na cidade, abordando os desafios de fazer política fora dos moldes tradicionais em um país ainda marcado pela violência contra corpos dissidentes.
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