Uma parceria entre duas universidades públicas brasileiras, a USP (Universidade de São Paulo) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) possibilitou a criação da primeira vacina do mundo contra a malária comum no Brasil e nas Américas e já está em fase de patente. Os testes com humanos devem começar agora em janeiro. A vacina contra o Plasmodium vivax passou pela fase pré-clínica com ótimos resultados.

A malária vivax é uma doença infecciosa causada pelo parasita do gênero Plasmodium e transmitida para humanos pela picada de fêmeas de mosquitos Anopheles. Há três espécies mais comuns do parasita no Brasil – vivax, falciparum e malariae. Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a outubro deste ano, o Brasil registrou 117.946 casos da doença, sendo que 80% deles (95.113) foram provocados pelo Plasmodium vivax. Situação preocupante tem sido detectada entre indígenas – foram cerca de 45.100 casos até setembro, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2023.

A professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) Irene Soares, coordenadora do trabalho, juntamente com o professor Ricardo Gazzinelli, diretor do Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCT-Vacinas) da UFMG afirmaram que é “um produto inédito no mundo e inteiramente produzido no Brasil”

O pedido de patente foi feito em outubro pela Agência USP de Inovação e pelo Centro de Transferência e Inovação Tecnológica da UFMG. A patente protege o processo de produção e formulação final com adjuvante desenvolvido pela equipe do CT-Vacinas, que já busca uma vacina universal para todos os tipos de malária. (Com informações de Luciana Constantino – Revista Fapesp )