(foto: marcello casal jr – ag brasil)

O professor Paulo Licio de Geus, do Instituto de Computação da Unicamp, em Campinas, atuou em um relatório usado na tentativa de golpe de estado promovida pela extrema direita bolsonarista, segundo relatório da Polícia Federal. A informação foi divulgada pelo G1.

Por ser da área de informática, o docente teria ajudado, segundo a PF, a elaborar e revisar um documento usado pelo partido liberal, o PL, para questionar a integridade das urnas eletrônicas. Ele é citado no inquérito, mas não foi indiciado pela polícia.

Paulo Geus possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1979), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1985) e doutorado em Computer Science – University of Manchester (1990). Ele tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Teleinformática, atuando em segurança computacional, administração de redes, política de segurança, segurança em cloud, análise comportamental de malware

No inquérito, a PF teve acesso a trocas de mensagens que mostram que, três dias antes do relatório ser divulgado, o professor teria encontrado explicação para alegações sobre o suposto funcionamento irregular de urnas eletrônicas. Valdemar da Costa Neto, presidente do PL (partido do Bolsonaro) apresentou o relatório ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 22 novembro de 2022 e, segundo a PF, apresentava alegações falsas sobre possíveis fraudes nas urnas eletrônicas no segundo turno.

Por causa desse relatório, o TSE multou o partido em R$ 23 milhões por não apresentar provas de irregularidades no sistema eleitoral. O professor também teria abastecido influenciadores com informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

Segundo a PF, Paulo Geus estaria ligado ao grupo que era responsável por divulgar notícias falsas sobre as eleições, estimular apoiadores a ficarem em frente aos quartéis das Forças Armadas e “criar o ambiente propício” para o golpe.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo era formado pelos indiciados Mauro Cesar Barbosa Cid, Anderson Gustavo Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.

O G1 conversou com o professor Paulo Geus por telefone, mas o docente se limitou a dizer que não tinha “nada a declarar” sobre as citações no inquérito da Polícia Federal. Em nota, a Unicamp diz que soube do caso pela imprensa e que acompanha os desdobramentos da investigação. (Com informações da Ag Brasil, Fapesp e G1)