Lume Teatro coloca o peso das lembranças na balança em ‘Kintsugi, 100 Memórias’

(foto: arthur amaral/divulgação)

Na balança do tempo, qual o peso da memória e das lembranças? Um grama de alívio ou uma tonelada de sofrimento? Quem se atreve a revivê-las, reinterpretá-las ou esquecê-las? Essas e outras questões permeiam o espetáculo “Kintsugi, 100 memórias”, do Lume Teatro, em cartaz de sexta-feira (2) a domingo (4), às 20h, na sede do grupo, em Barão Geraldo, Campinas.

De modo fragmentário, ‘Kintsugi, 100 memórias’ tenta se aproximar de uma ideia de memória não linear nem bucólica, mas de uma memória que apresenta o gesto da vontade no ato de lembrar. Para o elenco do espetáculo, que estreou em 2019, a memória não é nem monumentalista nem autocomplacente, mas um exercício do presente para revisitar as crises passadas, os erros cometidos, as cicatrizes pessoais e coletivas deixadas pela história e, assim, olhar para o futuro.

“Partimos em busca de uma memória específica: as lembranças das sombras, aquelas que se fundem com uma vontade de esquecimento. Não uma amnésia patológica, mas um esquecimento por opção. E assim tratamos o Alzheimer mais como metáfora do que como patologia, e mergulhamos em nossas sombras para que pudéssemos compor uma obra de autoficção”, destaca o ator-pesquisador Jesser de Souza, um dos criadores do espetáculo ao lado de Ana Cristina Colla, Raquel Scotti Hirson e Renato Ferracini.

Para Pedro Kosovski, responsável pela dramaturgia, “Kintsugi” se molda como “um vaso se estilhaça em cem memórias”. “Esse acidente cobra dos artistas do Lume Teatro uma tomada de posição: de que modo juntar os fragmentos daquilo que um dia representou um contorno estável que os uniu e os conteve, tal como um vaso, durante tantos anos? São memórias individuais, memórias do grupo, memórias sociais do Brasil da ditadura à redemocratização”, pontua.

“Kintsugi, 100 memórias” tem a direção do argentino Emilio García Wehbi, desenho sonoro de Janete El Haouli e José Augusto Mannis, e orientação coreográfica de Jussara Miller. A temporada faz parte do Ciclo 1 | Lume em Casa, que integra o projeto Atuação e Presença, com encenação de espetáculos do repertório do Lume Teatro em sua sede. As próximas montagens apresentadas serão “O Não Lugar de Ágada Tchainik” (23 a 25/8), “La Scarpetta” (20 a 22/9) e “Cnossos” (26 a 28/10). A iniciativa abre a celebração de 40 anos de fundação do Lume Teatro, em 2025.

(com informações de divulgação)

Serviço

Data: 2/8 (sexta-feira), 3/8 (sábado) e 4/8 (domingo)
Horário: 20h
Local: Lume Teatro
Endereço: Rua Carlos Diniz Leitão, 150, Vila Santa Isabel, Barão Geraldo, Campinas-SP
Ingressos: entrada franca, com ingressos distribuídos uma hora antes da apresentação
Mais informações: @lumeteatro

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