No último dia 05 de junho de 2024 o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou um curta sobre sua atuação no Rio Grande do Sul (RS), a partir da tragédia ocasionada pelas chuvas e inundações que devastaram diversas regiões do Estado. Ao todo, o Movimento já distribuiu mais de 100 mil refeições. Todas as doações feitas em prol das famílias do RS são convertidas em alimentos, em kits de limpeza e para higiene pessoal, além de medicação para aqueles que perderam tudo do dia para a noite.
O MST, além de instalar diversas cozinhas populares solidárias nas regiões afetadas, tem atuado no sentido de oferecer orientações, atendimento médico, psicológico, receitas e medicamentos através da organização de Brigadas de Saúde Popular. A primeira foi instalada em Eldorado do Sul, um dos municípios mais afetados pelas enchentes no estado. Localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre, a cidade teve cerca de 90% de sua área submersa, deixando 30 mil moradores desalojados (saiba mais abaixo).
O CURTA
As chuvas chegaram ao Rio Grande do Sul ainda em abril, no dia 27, e se intensificaram ainda mais no dia 29. Na primeira semana daquilo que viraria um marco histórico como a principal tragédia climática que já atingiu o estado, a população gaúcha, dentre ela centenas de famílias Sem Terra, foi pega de surpresa quando a água começou a subir muito rapidamente.
Milhares de pessoas que saíram para ir ao trabalho ou à escola naquela fatídica segunda-feira, sequer conseguiram retornar para as suas casas. Foram dias migrando de um lugar ao outro para escapar das águas e muitas tentativas frustradas de salvar móveis, pertences e lembranças.
No dia 07 de maio, com situação de calamidade pública instalada, o MST conseguiu colocar em prática sua primeira Cozinha Popular e Solidária.
A partir daí, outras tantas Cozinhas foram montadas num movimento amplo de solidariedade que já distribuiu quase 100 mil refeições. (Da ADunicamp)
BRIGADA DE SAÚDE POPULAR
A primeira brigada de saúde popular, como dito anteriormente, foi instalada na cidade de Eldorado do Sul/RS, um dos munícipios maistingidos e que fica na região metropolitana de Porto Alegre/RS. A brigada, composta por diversos profissionais e voluntários, está atendendo às necessidades básicas de saúde das famílias assentadas afetadas pelas enchentes.
“Viemos aqui para fazer um trabalho em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde para oferecer atendimento médico e vacinação na comunidade”, explica Marcos Tiaraju, supervisor do Programa Mais Médicos para o Brasil. Ele destaca que um espaço físico foi montado dentro da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), localizada no bairro Assentados, para oferecer orientações de saúde, atendimento médico, psicológico, receitas e medicamentos.
“Estamos enfrentando riscos de doenças transmissíveis como leptospirose, dengue, gastroenterite e diarreia”, alerta Tiaraju. Em resposta a esses desafios, a Brigada planeja expandir seu trabalho para outros municípios atingidos. “Nós estaremos organizando também brigadas de limpeza e infraestrutura para ajudar a recuperar as unidades de saúde dos municípios,” afirma.
O médico destaca que o MST pretende expandir os atendimentos para fora dos assentamentos. De acordo com ele, uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Viamão já foi estabelecida para a expansão desse atendimento.”Enquanto essas unidades não funcionam, nós estamos inclusive construindo talvez a possibilidade de que pessoas de fora dos assentamentos possam ser atendidas aqui por nós também, estendendo esse nosso espírito solidário à comunidade em geral, porque todos foram afetados”, conta. Um acompanhamento descentralizado será iniciado na próxima semana, com a equipe médica da Brigada visitando in loco as famílias afetadas.
“Montar esse espaço, enquanto Brigada e enquanto Movimento Sem Terra, é de uma importância tamanha porque podemos atender todas as famílias deste assentamento, mais de 60, e também famílias de assentamentos em municípios vizinhos.” Atuando na Brigada, Marcos Tiaraju, de 39 anos, é filho de Roseli Seleste Nunes da Silva e José Correa da Silva. Ele foi a primeira criança nascida em um acampamento do MST e se formou médico após ter passado seis anos estudando em Cuba.
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