Ícone do site CartaCampinas

Semana da Língua Alemã exibe filmes que tratam do papel da mulher na sociedade patriarcal

(cena o homem ideal – reprodução)

Cinco longas recentes que tiveram pouca ou nenhuma circulação no Brasil serão exibidos na 8ª Semana da Língua Alemã, que acontece na ADunicamp. A Semana discute o papel da mulher na sociedade patriarcal e capitalista. Filmes de época alternam com outros gêneros, tais como coming-of-age (amadurecimento), comédia dramática e até uma mistura de comédia romântica com ficção científica. A seleção – longe de dar conta de toda a diversidade existente – traz, entre outras, obras inspiradas em personagens históricas, como a monja e mística Hildegard von Bingen (1098-1179) e Elisabeth/Isabel (1837-1898), Imperatriz da Áustria, que marcaram suas respectivas épocas e cujo legado continua vivo até os dias de hoje.

A mostra inclui filmes de diferentes gerações de diretoras, tendo Margarethe von Trotta (1942) como grande precursora da representação feminina no âmbito da produção cinematográfica de língua alemã. Atrizes consagradas, como Barbara Sukowa (1950), Maren Ade (1978) e Vicky Krieps (1983), dão vida a personagens fortes e fascinantes.

Juntas, todas essas mulheres criam um panorama potente da representação feminina nas artes e no mundo contemporâneos. As sessões de cinema acontecem até dia 7 de junho no Auditório da ADunicamp (Av. Érico Veríssimo, 1479). (Com informações da ADunicamp)

Veja Programação:

2ª, 03.06 _18h30 Vision – Aus dem Leben der Hildegard von Bingen * Visão – Sobre a Vida de Hildegard von Bingen (Margarethe von Trotta, ALE/FRA, 2009, 110min)

O drama biográfico “Visão” apresenta a vida da monja beneditina Hildegard von Bingen, que viveu na Alemanha do século XII.  Reconhecida como grande expoente da intelectualidade medieval, teve sua vasta produção de conhecimento relacionada à mística e espiritualidade. Hildegard destacou-se nos estudos das ervas medicinais, saúde do corpo feminino, astronomia, música, teatro, teologia e filosofia. Escrevendo diversas obras sob inspiração de visões divinas, aceitas, reconhecidas e utilizadas pela intelectualidade europeia da época. O filme provoca a reflexão sobre o espaço das mulheres na sociedade medieval dentro da religião católica e examina como Hildegard von Bingen, interpretada por Barbara Sukowa, consegue transcender a rigorosa norma eclesiástica, firmando-se como autoridade intelectual em seu período.

Trailer: https://youtu.be/aEI1QrZINeg?si=Cr6p96lK0JCr7mav (com legendas em inglês)

***

3ª, 04.06 _16h Kokon * Casulo (Leonie Krippendorff, ALE, 2020, 95min)

No filme, acompanhamos Nora, interpretada por Lena Urzendowsky, em sua jornada de passagem à fase adulta. No verão berlinense, a garota de 14 anos vivencia diversas ‘primeiras vezes’ e passa por um turbilhão de emoções e sentimentos. Observamos Nora em sua metamorfose, assim como ela mesma observa os diferentes estágios das borboletas que cria em sua casa. Em seu segundo longa, a diretora lança um olhar sensível sobre vários conflitos e inseguranças da adolescência, seja na vida familiar, na escola, no amor ou na descoberta da sexualidade – tudo sob a luz esplêndida dos dias sem fim do verão.

Trailer: https://youtu.be/rc7fK9SgE9Y?si=VJWw3NurWMw-CcyN

***

4ª, 05.06 _18h30 Corsage (Marie Kreutzer, AUS/LUX/ALE/FRA, 2022, 112min)

A Imperatriz Elisabeth da Áustria, interpretada por Vicky Krieps, é idolatrada por sua beleza e conhecida por inspirar tendências de moda. Em 1877, “Sisi”, como é popularmente chamada, comemora seus 40 anos de idade – expectativa média de vida de uma mulher no final do século XIX. Agora deve batalhar por manter sua imagem pública e amarrar o seu corpete, cada vez mais apertado. Vivendo sob vigilância e julgamento constantes e com seu papel reduzido a atos puramente performativos, sua sede de conhecimento e entusiasmo pela vida a tornam cada vez mais insatisfeita em Viena. Com a perspectiva de um futuro de deveres estritamente cerimoniais à sua frente, Elisabeth rebela-se contra a imagem hiperbolizada de si mesma e vai em busca de rupturas e transgressões que lhe permitirão resgatar algo de sua personalidade rebelde.
Através de uma abordagem inusitada e poética, a diretora narra os últimos anos de vida de Elisabeth e sua luta por liberdade e independência dos protocolos rígidos da corte.

Trailer: https://youtu.be/lvFhhQ8cTzY?si=I7HpAjGAZXc1cSNY

***

5ª, 06.06 _16h Ich bin dein Mensch * O Homem Ideal (Maria Schrader, ALE, 2021, 108min)

Berlim num futuro próximo: a cientista Alma Felser, interpretada por Maren Eggert, trabalha em um museu onde desenvolve uma pesquisa sobre escrita cuneiforme. Para obter recursos financeiros para o projeto, ela é persuadida a participar de um estudo peculiar. Ela deve viver com o robô humanoide Tom (Dan Stevens) durante três semanas. Com base na inteligência artificial, ele é programado para ser o parceiro de vida perfeito para Alma. Cética, ela se irrita com o comportamento de Tom e quer logo interromper o experimento.
Entre comédia e distopia, a diretora coloca questões existenciais sobre a vida e as relações humanas. Afinal, o que é amar em tempos nos quais algoritmos definem nossas escolhas?

Trailer: https://youtu.be/fGW3_P5H0g4?si=-s5oZjZc3qwgO0Cn

***

6ª, 07.06 _18h30 Toni Erdmann * As Faces de Toni Erdmann (Maren Ade, ALE/AUS, 2016, 162min)

Winfried (Peter Simonischek) é um senhor que gosta de levar a vida com bom humor, fazendo brincadeiras que provoquem riso nas pessoas. Seu jeito extrovertido fez com que se afastasse de sua filha, Ines, interpretada por Sandra Hüller, sempre sisuda e extremamente dedicada ao trabalho. Percebendo o afastamento, o pai decide visitar sua filha em Bucareste na Romênia, onde ela mora. A visita não dá certo, resultando em vários enfrentamentos entre pai e filha, o que faz com que ele volte para casa. Pouco depois, com um visual que beira o absurdo, Winfried ressurge sob o alter-ego de Toni Erdmann e começa a chacoalhar a vida profissional de Ines. Entre tensões, memórias e afetos, quanto mais eles se estranham, mais conseguem se aproximar.
Com precisão e autenticidade, o filme narra uma história de pai e filha cujos mundos se chocam. Em meio às situações mais constrangedoras, a diretora mantém seu olhar empático nos seus protagonistas sem nunca expô-los à ridicularização.

Trailer: https://youtu.be/jnkCzL62QjQ?si=GoFEOtQm44CvRI_f
Atenção: Devido à duração do filme haverá um pequeno intervalo no meio.

Sair da versão mobile