Pesquisadores brasileiros criaram um filme bioplástico para embalar alimentos com a casca de banana. Os pesquisadores converteram de forma inédita as cascas de banana, que é um grande resíduo da indústria alimentícia, em filmes bioplásticos com excelentes propriedades antioxidantes, proteção contra a radiação ultravioleta (UV), e sem gerar resíduos, informa Joana Silva da Embrapa Instrumentação. A pesquisa foi realizada pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Embrapa Instrumentação.
A ideia surgiu porque a produção de produtos a base de banana gera uma quantidade significativa de subprodutos que atualmente são subutilizados ou descartados indevidamente, resultando em perdas e problemas ambientais. De acordo com pesquisadores brasileiros, para cada tonelada de banana processada, podem ser gerados até 417 kg de cascas. A pesquisa usou a banana nanica, cuja produção anual é estimada em 50 milhões de toneladas, segundo dados de 2022 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A grande vantagem da produção do bioplástico da banana é a simplicidade na produção. Segundo os pesquisadores, os filmes tiveram desempenho igual ou até melhor do que muitos bioplásticos preparados de forma semelhante, a partir de outros tipos de biomassa. Mas esses outros bioplásticos têm processos mais complexos, caros e demorados.
“O aproveitamento como filme bioplástico é uma oportunidade de valorizar este resíduo e diminuir o impacto ambiental associado ao uso de plásticos não biodegradáveis”, enfatizou o engenheiro químico Rodrigo Duarte Silva, que desenvolveu o filme durante seu pós-doutorado sob a supervisão da pesquisadora da Embrapa Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo. (mais sobre a pesquisa AQUI)