.Por Roberto Ravagnani.
Um texto muito curto esta semana, pois ele é um desafio para eu escrever e tenho certeza para vocês que irão ler, mas certamente muito mais desafiador para uma voluntaria específica.
Uma voluntária de 90 anos, há 20, viúva do fundador da organização onde ela é voluntária há 60 anos.
Até aqui uma história bonita de dedicação e entusiasmo por uma causa.
A causa? ELA – “esclerose lateral amiotrófica”. Seu marido o fundador da organização social, faleceu por esta causa.
Nossa protagonista, a voluntaria, fazia de tudo um pouco na organização, mas principalmente se dedicava a administração, onde enviava e recebia cartas de empresas e doadores.
Há 60 anos, quando ainda nem existia computadores ela já fazia isto na máquina de datilografia.
Qual não foi sua surpresa quando na semana passada, recebeu um e-mail da nova gestora da organização, dispensando seus serviços voluntários através do seguinte texto:
“Sra. Voluntária, mesmo tendo sido advertida algumas vezes de forma verbal, não conseguiu se adaptar as novas regras, onde todos devem assinar seus nomes nas correspondências da organização e colocar o pronome à frente. Sendo assim agradecemos e dispensamos os seus serviços como voluntária desta organização.”
Sim este foi o motivo do afastamento da voluntária. Eu sou um defensor de ter um processo para o afastamento de voluntários, pois acredito que isso pode acontecer, mas aqui a minha indignação com este caso, que é real:
1- Será que isto é um caso para afastamento de uma voluntária?
2- Uma senhora de 90 anos, será que tem tanta facilidade de adaptação para uma nova regra?
3- Será que era o melhor local para esta senhora voluntária atuar?
4- Será que o histórico, de 60 anos de prestação de serviços deve ser interrompido por um detalhe como este? (não quero aqui tirar o mérito da questão)
5- Será que esta foi a melhor forma de se fazer um desligamento de uma voluntária com 60 anos de serviços prestados?
Gostaria muito de ouvir vocês sobre este caso, escrevam, entre em contato comigo para que você tenha voz. @roberto.ravagnani