Os pesquisadores brasileiros descobriram mais uma planta, o picão preto, resistente ao herbicida glifosato, o que pode gerar um aumento da aplicação do veneno nas lavouras e causar um aumento de 200% no custo de produção da soja. Agora, são 12 as espécies de plantas daninhas resistentes ao glifosato no Brasil: o azevém, a buva (três espécies), o capim-amargoso, o caruru-palmeri, o caruru-gigante, o cloris, o capim pé-de-galinha, o leiteiro, o capim-arroz e o picão-preto.
Segundo informação divulgada por Lebna Landgraf, da Embrapa Soja, a planta resistente foi identificada a primeira ocorrência da planta daninha picão-preto (Bidens subalternans) resistente ao herbicida glifosato no Brasil, na safra 2022/2023. A dificuldade de controle foi relatada à Embrapa Soja por técnicos da Coamo Agroindustrial Cooperativa, que observaram a sobrevivência de uma população dessa espécie, no município de Juranda (PR). “Mesmo após aplicações sequenciais de glifosato, nas doses recomendadas nos rótulos e bulas, e executadas corretamente, o produto não controlou as plantas de picão-preto em lavouras de soja”, relatou o pesquisador da Embrapa Fernando Adegas.
A partir dessa constatação, continua o texto, um grupo composto por técnicos da Coamo e pesquisadores da Embrapa iniciou os estudos de comprovação da resistência em condições controladas. “Estudo realizado pela Embrapa também avaliou que os custos de produção em lavouras de soja com plantas daninhas resistentes ao glifosato podem subir, em média, de 42% a 222%, principalmente pelo aumento de gastos com herbicidas e pela perda de produtividade da soja. Segundo Adegas, os valores sobem, em média, entre 42% e 48%, para as infestações isoladas de buva e de azevém, respectivamente, e até 165%, se houver capim-amargoso resistente. Em casos de infestações mistas de buva e capim-amargoso, por exemplo, o aumento médio é de 222%”, anota.
O uso intensivo do glifosato acarretou grande pressão de seleção sobre as plantas daninhas, resultando na seleção de 12 espécies resistentes. Os produtores de soja estão vivendo uma segunda etapa das plantas “daninhas” resistentes ao herbicida glifosato. “Esse processo de resistência está relacionado ao uso constante do mesmo princípio ativo, na mesma área, e por longo período de tempo”, diz Adegas.(Com informações da Embrapa)
E o ecogenocida tratou de liberar à vontade os agrotóxicos, cedendo ao lobby do veneno, provavelmente com vantagens pessoais, para intoxicar rapidamente o agricultor familiar e lentamente o consumidor. É o mundo de cabeça pra baixo.