A revelação de que a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, mantinha reuniões secretas com o ex-presidente Bolsonaro (PL) faz com que suas decisões em relação a Bolsonaro sejam anuladas. A vice-procuradora era responsável por tomar decisões que envolviam o governo Bolsonaro e ficou famosa por só tomar decisões favoráveis ao governo e aos interesses de Bolsonaro.
Em julho de 2022, por exemplo, Lindôra Araújo apresentou os pedidos de arquivamento de sete das dez apurações instauradas no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro e aliados do Planalto. Ao pedir o arquivamento, Lindôra defendeu que o Supremo derrubasse expedientes que atribuíram a Bolsonaro os crimes de charlatanismo, prevaricação, crime de epidemia, infração de medida sanitária preventiva e emprego irregular de verbas ou rendas públicas, esvaziando a ofensiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o governo. O detalhe é que Bolsonaro aparecia em vídeo e em fotos defendendo a cloroquina e fazendo negacionismo contra a vacina da Covid-19, além de postergar a compra das vacinas e ficar sem máscara perto de crianças. O senador Randolfe Rodrigues chamou o arquivamento realizado por Lindôra Araújo de “insulto às quase 700 mil vítimas da Covid-19 no país”.
Agora, registros encontrados no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro mostra que uma das “reuniões secretas” mantidas com Lindôra Araújo foi realizada no dia 26 de março de 2021.
Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, Bolsonaro se encontrava com Lindôra em reuniões fora da agenda desde 2020, após ela ter sido apresentada a ele pelo deputado federal Alberto Fraga, na época amigo de Bolsonaro.
“Bolsonaro chegou a prometer, num desses encontros, nomear Lindôra para a PGR, mesmo sendo ela a pessoa designada na época pelo procurador-geral, Augusto Aras, a analisar pedidos de investigação criminal contra o então presidente”, destaca a reportagem. (Com informações do 247 e Mídia Ninja)