O ataque de extremistas bolsonaristas à Praça dos três poderes, no último domingo, 8 de janeiro em Brasília, reproduziu contra as obras de arte a mesma violência simbólica que o governo Bolsonaro (PL) desempenhou contra a arte e a cultura brasileira. Assim como o governo tentou destruir e criminalizar manifestações artísticas, inclusive acabando com o Ministério da Cultura, os vândalos bolsonaristas destruíram fisicamente inúmeras obras. Também roubaram a cópia original da Constituição de 1988. Veja lista inicial publicada pelo Uol:
- A base da escultura ‘Bailarina’, de Victor Brecheret, não se encontra no local de origem após as invasões;
- a tela “As Mulatas”, do pintor Di Cavalcanti, que fica no terceiro andar do Planalto, foi furada pelos terroristas. A obra é uma das mais importantes do artista e o valor está estimado em R$ 8 milhões;
- a obra “O Flautista”, de Bruno Giorgi, é uma escultura em bronze e foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliada em R$ 250 mil;
- a obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995. A pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes, foi encontrada boiando;
- uma escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg foi quebrada em diversos pontos. A peça está estimada em R$ 300 mil;
- o vitral “Araguaia”, de Marianne Peretti, localizado no Salão Verde da Câmara dos Deputados, também foi destruído;
- a escultura “A Justiça”, feita pelo artista belo-horizontino Alfredo Ceschiatti em 1961, foi pichada;
- o busto de Rui Barbosa, responsável pela criação do STF no modelo atual, em 1890, foi destruído;
- entre itens de valor histórico danificados pelos vândalos no STF, também está um tapete que, segundo informações do Supremo, pertenceu à Princesa Isabel;
- há imagens de diversos outros quadros ainda não identificados.
!Muera la inteligência! !Viva la muerte! Foi o grito do general Millán-Astray para o pensador Miguel de Unamuno. Era o grito necrófilo dos fascistas espanhóis contra a inteligência, a cultura. Essa invasão de terroristas toscos, cegos, ignorantes, é uma fotocópia de péssima qualidade do terror franquista. Já passou da hora de cessar de condescendência com a barbárie. Basta!