Neste domingo, dia 11 de dezembro, a Companhia Antropofágica realiza duas apresentações do espetáculo “Emergêncya”, às 17h e às 19h, na Sala 3 no Estação Cultura “Prefeito Antônio da Costa Santos”. O livro Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han, foi um dos estudos basilares para criação da peça.
EMERGÊNCYA é um espetáculo da Companhia Antropofágica, grupo de teatro que em 2022 completa 20 anos de trabalho continuado. O grupo, sediado na cidade de São Paulo, propõe por meio deste projeto compartilhar seu mais recente espetáculo de palco em cidades do interior e litoral, territórios nos quais as obras da Companhia são inéditas, além de realizar uma nova temporada comemorativa em seu território sede.
A Antropofágica escolheu circular com EMERGÊNCYA na ocasião de seus 20 anos por considerá-lo um espetáculo que dialoga com o tempo presente, uma obra que traz à cena questões contemporâneas e urgentes; e que ao mesmo tempo é um trabalho de pesquisa estética que propõe fronteira com a performance e a experimentação de poéticas e linguagens. Um teatro poético no qual a dramaturgia das imagens se funde a uma teatralidade que vem sendo desenvolvida nas duas últimas décadas.
A peça, que trata do colapso das relações de natureza e subjetividade, abre um terreno de confluências e reflexões com o público ao aludir ao momento caótico em que o mundo se encontra, caminhando para limites da finitude. EMERGÊNCYA trata de como essas crises afetam o cotidiano das pessoas e procura responder cenicamente às formas da urgência na trama vital. Trazendo à cena o teatro, conjuntamente com projeções, vídeo criações e música ao vivo, o elenco apresenta jogos imagéticos e performáticos que dialogam e provocam criticamente o espectador.
EMERGÊNCYA estreou nos palcos paulistanos em dezembro de 2018 e em 2019 realizou duas temporadas. Participou do FESTA 61 Festival Santista de Teatro e da Mostra Engenho Mostra Um Pouco do Que Gosta X.
Sinopse
Antropofágica apresenta EMERGÊNCYA, o último trabalho feito pelo grupo antes do começo da pandemia. EMERGÊNCYA fala de um período de crise que envolve o meio ambiente e a crise da subjetividade. Uma peça que apresenta uma amostra da realidade onde a arte pode nos aproximar de percepções sobre as recentes tensões do mundo. Os problemas ambientais, sociais e culturais de um tempo em que não se pode mais separar a relação humana com o pensamento sobre a natureza. O espetáculo é uma máquina teatral que estabelece um jogo permanente entre a História da Arte e a História da Humanidade, buscando responder à urgência da realidade cotidiana, individual e coletiva, sob a égide de uma modernidade tóxica. Trabalhar nestas fronteiras amplia as possibilidades criativas de olhar para nosso tempo em busca de percebê-lo sobre diversos ângulos.
EMERGÊNCYA é uma peça mais sobre afetos do que sobre fatos. A Antropofágica realiza um espetáculo sobre as múltiplas formas que as pessoas são afetadas pelos fatos sugeridos nas cenas, em uma dialética espacial onde os fatos são apresentados em platôs cênicos. A relação com a educação, a arte, a guerra, a disputa política, as mídias, e como a comunicação e as impossibilidades comunicativas atuam sobre o cotidiano nos espaços públicos e privados.
O desastre ambiental presente no planeta traz consequências perversas para a subjetividade, causando efeitos imprevisíveis. O quanto a ideia de colapso e de extinção afeta o comportamento e os distúrbios emocionais. EMERGÊNCYA é uma peça que trata de como somos afetados pelas catástrofes e como podemos nos relacionar com estes efeitos caminhando para o colapso das relações de natureza e subjetividade, com desdobramentos de ordem política, ambiental, econômica, tecnológica e subjetiva.
O período Moderno parece oscilar entre promessas de reinvenção e uma perspectiva de catástrofe, entre utopia e distopia. A fim de dar forma teatral a essa sensação de colapso iminente, a peça traz formas artísticas surgidas na Modernidade como o Romantismo, a Indústria Cultural ou as Vanguardas do século XX. O resultado é uma linguagem fortemente imagética carregada de temáticas do contemporâneo: a crise ambiental, as redes sociais, as patologias da subjetividade, a guerra.
O coro numeroso e a cena ritmada de EMERGÊNCYA estabelecem uma trincheira poética, evocando a invenção constante e a imprevisibilidade da ação histórica da humanidade como características intrínsecas à Modernidade. Através de expedientes da abstração e da performance, da trilha musical executada ao vivo e de projeção em tempo real, o espaço teatral de EMERGÊNCYA pulsa permanentemente, sugerindo fendas de interpretação em meio à urgência da realidade cotidiana, histórica, individual e coletiva.
Espetáculo: EMERGÊNCYA
Data: 11 de dezembro de 2022 (domingo)
Horários: 17h e 19h (duas apresentações)
Local: Estação Cultura “Prefeito Antônio da Costa Santos”
Sala 3
Praça Mal. Floriano Peixoto – Centro, Campinas – SP, 13013-140
Duração do Espetáculo: 80 min.
Classificação Indicativa: 18 anos.
Parceria: O projeto CIRCULAÇÃO EMERGÊNCYA foi contemplado pelo Edital
ProAC Circulação do Governo do Estado de São Paulo e recebeu apoio da
Prefeitura Municipal de Campinas.
Duração do Espetáculo: 3 horas
FICHA TÉCNICA
Direção e Dramaturgia
Thiago Reis Vasconcelos
Elenco
Alexei Bóris
Bruno Mota
Danilo Santos
Deborah Hathner
Fabi Ribeiro
Flávia Ulhôa
Giovanna Perasso
Jacques Cardeal
Martha Guijarro
Mauro Britto
Rafael Graciola
Renata Adrianna
Suelen Moreira
Direção Musical
Lucas Vasconcelos
Músicos
Bruno Miotto
Bruno Mota
Operação Técnica
Gabriela Jeniffer
Gustavo Amat
(Carta Campinas com informações de divulgação)
