Anunciado nesta quinta-feira (29) como futuro ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou a Rodrigo Vianna, âncora da TV 247, que o presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem “muita clareza” acerca do papel estratégico da comunicação no governo.
A declaração de Pimenta vem na esteira de fortes críticas a Lula por ceder o Ministério das Comunicações – que será chefiado por Juscelino Filho – ao União Brasil, em um processo de barganha política para ter o apoio do partido no Congresso Nacional.
Segundo reportagem da Teletime, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que tem entre outros setores, a Agência Brasil, deve ficar com a Secom. “Tudo vai se definir quando os ministros estiverem escolhidos, a partir de uma posição do Lula. Até o momento, ninguém ouviu o Lula sobre o que ele acha da EBC na Secom. Mas, avalio que é quase certo ela ficar na Secretaria de Comunicação do governo”, disse a fonte.
Para Pimenta, a Secom acabou assumindo um protagonismo, um papel importante dentro do governo. “O presidente Lula tem muita clareza sobre a necessidade de a gente pensar a comunicação pública como uma área e um aspecto estratégico do nosso governo. É um ministério que terá seis secretarias. Portanto, vai responder a várias áreas do governo. E agora – uma discussão de ontem para cá – nós definimos também trazer a área da inclusão digital, o debate da inclusão digital, para a Secom. É uma nova secretaria que será incorporada à Secom”.
Pimenta também disse pretender restabelecer a relação de respeito entre governo federal e imprensa, após quatro anos de agressões incessantes a jornalistas por parte de Jair Bolsonaro (PL), seus aliados e apoiadores.
“O país precisa recuperar o governo federal como um agente de informação com credibilidade, na prestação de serviço, na comunicação institucional, no posicionamento do governo. Nós perdemos muito disso no último período. Precisamos ter uma comunicação que preze pela transparência. Essa história dos sigilos é algo absolutamente incompatível com o sistema democrático. Queremos estabelecer uma relação muito tranquila com a imprensa, com a mídia, com a mídia alternativa, com todo mundo que compõe esse grande sistema de comunicação. E a gente vai depender muito de vocês. Essa ideia de que alguém pode se comunicar com a população tentando ignorar o papel da imprensa, das mídias, dos jornalistas, dos comunicadores, é ideia autoritária que a vida já mostrou que não dá certo. A gente quer trabalhar muito com vocês, valorizar o papel dos jornalistas, tratar com respeito a imprensa, dar livre acesso para que vocês possam ter todas as informações sobre tudo aquilo que o governo está fazendo. Posso garantir que a gente vai ter uma relação pautada no respeito, na transparência e na valorização dos profissionais de comunicação”. (Do 247 com informações da Teletime)