(imagem sheila tostes – ccl)

.Por Eduardo de Paula Barreto.

Certa vez um velhinho
Saiu com seus amiguinhos
Para passear de moto
Ele era conhecido em Brasília
Como um homem de família
E religioso devoto.
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Quando chegou à periferia
Viu que numa esquina havia
Algumas lindas garotas
Que ainda cheirando a talco
Se equilibravam nos saltos
E tinham batom na boca.
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Então ele desligou o motor
E como um imoral sedutor
Com alma suja e libertina
Retirou o seu capacete
E julgando serem periguetes
Disse que ‘pintou um clima’.
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Ele se aproximou das meninas
E como uma ave de rapina
As viu como presas humanas
Então caminhou com elas
Até a casa que era
Abrigo para venezuelanas.
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Controlando a sua libido
O velhinho disse aos amigos
Que chegara à conclusão
De que naquela casa
Na verdade funcionava
Um antro de prostituição.
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Ele voltou à sua rotina
E numa atitude cretina
Preferiu não denunciar
E uma dúvida surgiu:
O velhinho se omitiu
Ou queria climatizar?
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17/10/2022
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