Do 247
O repórter-cinematográfico Marcos Andrade, da Jovem Pan, concedeu uma entrevista bombástica ao jornalista Artur Rodrigues, da Folha de S. Paulo, em que denunciou a campanha do candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas, que preparou uma farsa em Paraisópolis para que o candidato vendesse a falsa narrativa de que teria sido vítima de um atentado quando fez campanha na região.
Na entrevista, Andrade disse que filmou um agente da Abin e policiais à paisana, da equipe do próprio Tarcísio, disparando tiros em Paraisópolis, numa ação que matou um jovem desarmado chamado Felipe Silva de Lima, de 28 anos.
O cinegrafista também afirmou que a campanha de Tarcísio pediu sua cabeça, cobrando a sua demissão da Jovem Pan, e relatou pressões da própria emissora, que teria pedido que ele gravasse um vídeo em apoio ao candidato. Por fim, Marcos Andrade disse estar com medo: ‘você não sabe com quem está lidando’.
“Eu começo a escutar uns disparos de arma de fogo, a impressão que eu tinha era umas rajadas de metralhadora. Eu fui para a janela, e olhando para o lado direito eu vi umas motos passando. Coisa de dez minutos depois as motos deram a volta pelo quarteirão, foram para a rua de cima, e começa o novo tiroteio. Aí eu pego a câmera e vou para janela. Inclusive, todo mundo falava ‘se abaixa’, e houve um pânico generalizado. E eu fui para a janela. Só que aí eu vejo umas pessoas à paisana na parte de baixo, na porta da escola, disparando arma de fogo no sentido da rua de cima. Eu vejo o Tarcísio com o pessoal saindo do prédio e indo para o estacionamento. Eu fiz essas imagens, tanto essas como das pessoas embaixo atirando. Desci. Chego na calçada e vejo lá na esquina, na parte de cima no meio da rua, uma pessoa caída e uma moto no chão. Eu me abrigo até uma coluna. Quando eu chego para gravar esse corpo e a moto que está no chão, chega uma pessoa falando para eu não gravar”, relata o cinegrafista.
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“Na hora que eu vou para a parte de cima, onde o corpo e a moto está caída, eu vejo o rapaz que eu tinha conversado a respeito de pedir reforço. Eu vejo ele armado e com distintivo da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]. E outro rapaz que tenta me impedir também está com distintivo, mas eu não consigo ver bem o que era o distintivo dele”, acrescentou, apontando a participação de agentes federais de segurança na campanha de Tarcísio. (do 247)
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