Nessa história toda da compra de imóveis da família Bolsonaro, uma coisa passou despercebida. Lula nunca comprou imóvel com dinheiro vivo. Isso é uma diferença gritante. Perseguido e investigado durante anos pela Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula teve a vida econômica e pessoal devassada. Até um tablet do seu neto foi apreendido. No entanto, nunca se aventou acusar Lula de comprar imóveis com dinheiro vivo, como agora pesa a acusação sobre Bolsonaro e sua família.
De 107 imóveis negociados pelos familiares do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pessoas próximas, pelo menos 51 foram adquiridos parcial ou totalmente com por meio de dinheiro vivo, da década de 1990 até hoje.
Segundo informações do Instituto Lula, em 1965, Lula comprou a prestações uma casa de 2 quartos no Parque Bristol, São Bernardo, onde morou com a mãe, um irmão e a primeira mulher.
Em 1976, deu aquela casa de entrada em outra, de 33 m2, no Jardim Valquíria, São Bernardo. A casa foi reformada e Lula morou lá com dona Marisa e os filhos até 1989. Em 1993, Lula comprou a prestações um terreno de 7 mil m2 perto da represa Billings, onde construiu um galpão. É o rancho “Los Fubangos”. Em 1995, Lula vendeu um carro e a casa do Jardim Valquíria para dar de entrada no apartamento da avenida Prestes Maia, onde mora até hoje.
Em 2001, dona Marisa recebeu de herança materna um terreno na av. Getúlio Vargas, em São Bernardo. O casal permutou o terreno por dois apartamentos de 72m2 no prédio que foi construído no local.
Ainda lembra o Instituto, o ex-presidente trabalhou desde criança. Foi vendedor de laranjas, engraxate, entregador de lavanderia, aprendiz, até formar-se torneiro mecânico e depois ser dirigente sindical, deputado e, finalmente, presidente da República.