O governo Bolsonaro, que mais decretou sigilo de suas atividades de dos filhos do presidente, também decretou sigilo não-oficial sobre a fila de espera do Auxílio Brasil. Uma reportagem revelou que os dados estão sendo restringidos pelo ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento. A avaliação é que eles são sensíveis para o presidente da República que busca a reeleição capitalizando em cima do Auxílio Brasil. Rei do trambique eleitoral, Bolsonaro exige transparência na urna eletrônica, que nunca foi fraudada, mas põe sigilo em informações públicas.

(foto ana nascimento – cce – govbr)

Pelo Twitter, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) criticou a falta de transparência e a fila de espera em meio a um cenário de crise sanitária e econômica. A parlamentar destacou que “é isso que acontece quando um programa de benefício é lançado só visando fins eleitorais: desorganização, falhas no processo e o povo prejudicado”, rebateu Benedita. Professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o economista Uallace Moreira classificou o entrave no Auxílio Brasil como um “desastre anunciado”.

“Vários especialistas avisaram que acabar com o Bolsa Família e criar o Renda Brasil colocaria em risco as famílias”, relembrou. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do partido, completou que a “vitrine eleitoral de Bolsonaro está dando água e o povo que precisa passando necessidade”.

Lançado oficialmente em 2003, o Bolsa Família foi um programa de destaque nacional e internacional para superação da pobreza no Brasil. Mas foi revogado por meio de Medida Provisória (MP) editado por Bolsonaro, ainda no ano passado. O novo programa, já à época, deixou de fora 29 milhões de famílias que recebiam o auxílio emergencial, conforme reportou a RBA. Ao mesmo tempo em que as famílias de baixa renda têm sofrido ainda mais com o aumento da inflação. (Com informações da Da RBA)