Nesta segunda-feira (11), muitas crianças que vivem no Acampamento Marielle Vive!, em Valinhos (SP) não foram à escola. As famílias ficaram com receito após dois atentados feitos neste domingo, 10, contra o Acampamento Marielle Vive, comunidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Valinhos (SP).
Depois de um primeiro atentado às 3h20 da madrugada, outro, com o mesmo padrão, aconteceu às 19h20 do mesmo dia. De dentro de um carro, um homem disparou tiros contra o portão da comunidade. Os acampados se jogaram no chão e não foram atingidos. Com receio diante dos seguidos ataques, alguns pais optaram por manter as crianças em casa.
Depois de enfrentar, durante dois anos, a escassez do acesso à educação com a pandemia de covid-19, as cerca de 150 crianças que moram na ocupação vivem a tensão de um possível despejo e, agora, também a apreensão com os atentados.
Até o momento, prefeitura inerte
“Exigimos que providências sejam tomadas imediatamente e que as autoridades responsáveis garantam a segurança das famílias acampadas”, afirma o Movimento em nota pública.
Procurada pelo Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública e Cidadania de Valinhos informou que não está sabendo dos atentados e, portanto, não tomou providência alguma. A prefeita da cidade, Lucimara Godoy (PSD), é capitã da Polícia Militar.
Questionada por telefone se a Secretaria de Segurança Pública municipal não é notificada sobre eventos como esses quando são abertos boletins de ocorrência (BOs) na Delegacia de Polícia Civil de Valinhos, a representante da pasta pediu que a comunicação fosse por e-mail. Até o fechamento desta matéria, no entanto, não recebemos resposta.
Segundo o setor jurídico do MST, na tarde desta segunda-feira (11) haverá uma reunião para tratar do tema na Delegacia e o secretário de Segurança Pública do município, Osmir Aparecido Cruz, deve comparecer. O movimento vai protocolar um pedido de investigação e abertura de inquérito sobre os ataques. (Com informações do Brasil de Fato)