O grande responsável pela crise política no Brasil causada pelo governo Bolsonaro, chegando ao ápice com a graça inconstitucional concedida a um aliado político, tem nome e sobrenome: Augusto Aras, procurador-geral da República. Sob o comando de Augusto Aras, a PRG recebeu cerca de 90 pedidos de investigação apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Muitos com nítidos e evidentes crimes de responsabilidade. Claro que Bolsonaro chegou ao poder a negligência da mídia e do próprio STF.
Mas em 74 pedidos de investigação que analisou, a PGR foi contrária à investigação do presidente! Ou seja, são dezenas e dezenas de pedidos de investigação. Há um conjunto enorme de evidências e provas, em diversas frentes e temas, inclusive atos antidemocráticos.
O único pedido que foi favorável à investigação de Bolsonaro, devido ao imenso escândalo e evidente provas e testemunho, foi a prevaricação de Bolsonaro na negociação pela compra da vacina indiana Covaxin, denunciada pelos irmãos Miranda. Mas pasmem! Após aberto o inquérito, a PGR se manifestou pelo seu arquivamento. Aras é o grande responsável porque permitiu a Bolsonaro surfar na impunidade.
A atuação de Aras é tão escandalosa que a ministra Rosa Weber, do STF, relatora da investigação da prevaricação, rejeitou a posição da PGR e pediu que os autos fossem reencaminhados para o Ministério Público para uma nova análise. Aras se contrapôs a Weber para evitar a investigação contra Bolsonaro. Ou seja, ele atua para blindar e não para investigar.
Ainda na questão da CPI da Covid-19, o colunista Flávio Barbosa lembra que Aras surfa na onda da impunidade de quem o indicou ao cargo e de seus parceiros e sócios desse crime monstruoso que já custou a vida de mais de 660 mil brasileiras e brasileiros.
“Descortinada toda a delinquência do atual ocupante do Palácio do Planalto, e ainda mais com a CPI da Pandemia da Covid-19 em face ao que fez e o que não fez o governo federal, o senhor Aras que há muito está com o material investigado pela CPI veio a público dizer na maior cara dura que esse material é fraco e inconsistente em matéria de provas. É claro e evidente que a questão não é essa e o procurador Aras sabe perfeitamente disso. A questão é a de que é preciso ganhar tempo para proteger Jair Bolsonaro e seus acólitos no Ministério da Saúde, convertido à ocasião em Ministério da Experimentação da Morte com suas orientações para compras de vacina não diretamente a Laboratórios autorizados, mas a atravessadores com ágio de até dez vezes o preço dos Laboratórios oficiais e sem qualquer garantia deles, além de (des)orientações a medicamentos absolutamente ineficazes para a prevenção e tratamento da covid-19 quão perigosos para a saúde e a vida de quem os utilizavam. Uma coisa digna dos experimentos do Dr. Josef Mengele em Auschwitz”, diz
Em resumo, acredita-se que esse tipo de ação de Augusto Aras acontece porque o Procurador-Geral da República, que tem a função de investigar o presidente, tem a possibilidade de ser indicado pelo próprio investigado (presidente) a uma vaga no STF. Isso é uma excrecência do compadrio. Isso é uma chaga da Democracia brasileira. Nunca se poderia aventar a possiblidade de um procurador-geral da República ser indicado ao STF.