A corrupção generalizada no Ministério da Educação, promovida por pastores evangélicos no governo Bolsonaro, agora também tem sua versão em relação ao transporte escolar. Dessa vez não são os pastores evangélicos, mas o chamado Centrão.
Uma licitação programada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) inflou o preço da compra de ônibus escolares para atender regiões rurais. O processo está marcado para a próxima terça-feira.
Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo mostra que o governo Bolsonaro aceitou pagar R$ 480 mil por um ônibus que custaria no máximo R$ 270,6 mil, segundo informações de instâncias de controle e da área técnica do fundo ligado ao Ministério da Educação.
O pregão busca comprar até 3.850 veículos dentro do programa Caminho da Escola. O preço final dos veículos pode saltar de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,045 bilhões, com aumento de até 55% ou R$ 732 milhões.
A operação foi concentrada no FNDE, presidido por Marcelo Ponte – ex-chefe de gabinete do atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e também contou com a atuação de um dos diretores do órgão, Garigham Amarante, indicado para o cargo por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
O FNDE praticamente ignorou as indicações dos órgãos de controle e da área técnica do Ministério da Educação. Em dois despachos, Amarante mandou prosseguir com o processo, fazendo poucos ajustes mas mantendo o superfaturamento.
O programa interessa a parlamentares que tentam mobilizar seus redutos eleitorais: o próprio Nogueira divulgou a entrega de ônibus escolares no Piauí, sua base eleitoral, ao lado de Marcelo Ponte. (Do GGN)
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