Um projeto desenvolvido no Laboratório de Química de Materiais Avançados (Laqma) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para reaproveitamento da casca de ovos como fertilizante resultou em um produto mais eficiente, com distribuição controlada, e mais ecológico.
A pesquisa é importante diante dos erros cometidos pelos governos brasileiros que assumiram após o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff. Logo após o golpe, os governos Temer e Bolsonaro iniciaram um desmonte na Petrobrás com a venda de fábricas de fertilizantes no Brasil, tornando o país dependente de outros países. Isso sem contar a dolarização dos combustíveis, que enriquece os acionistas estrangeiros em detrimento da população e da produção brasileira.
Com a crise da Guerra na Ucrânia, o ex-presidente Lula expôs esta semana os problemas enfrentados atualmente pelo Brasil. “O desmonte da Petrobras promovido pelo governo Bolsonaro afeta a vida dos brasileiros em muitas esferas diferentes: desde o preço (dolarizado) da gasolina até a total dependência de fertilizantes importados (principalmente da Rússia) impactam diretamente nos preços dos alimentos e na volta da fome no país. A Petrobras fechou, no começo deste mês de fevereiro a venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), que ficava em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, ao grupo russo Acron. A venda da fábrica foi um dos assuntos tratados por Bolsonaro com Putin, na visita que fez à Rússia na semana em que o país declarou guerra à Ucrânia (mais um desastre cometido por Bolsonaro em termos de política internacional)”, anotou.
O projeto desenvolvido na Universidade pública e federal do Paraná é uma alternativa brasileira que pode ajudar no desenvolvimento de uma política industrial para o setor, que seja pelo menos complementar aos fertilizantes tradicionais. A principal novidade é a forma de produção do fertilizante desenvolvida pelos pesquisadores, o que o torna mais eficiente do que outras formas de aproveitamento da casa de ovos. A técnica utiliza um processo de moagem mecanoquímico, em que os materiais reagem para formar novos produtos por meio da energia térmica e de fricção da própria moagem, informa reportagem de Rodrigo Choinski, da UFPR.
“A casca é colocada em um moinho de esferas de alta energia juntamente com fosfatos de potássio, que reagem para formar novos compostos capazes de fornecer fósforo, cálcio e potássio, três componentes essenciais para o desenvolvimento das lavouras”, anota.
O desenvolvimento da técnica escolheu um método que minimizasse a produção de subprodutos ou resíduos indesejáveis. A vantagem de ser um processo a seco evita a necessidade de etapas dispendiosas de secagem, ao contrário de outros processos que utilizam a água como solvente. Além disso, tem a vantagem da liberação controlada, diminuindo o desperdício e a contaminação de rios.
Um estudo do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina mostrou que uma única indústria de produção de ovo pasteurizado no Rio Grande do Sul produzia mais de 100 toneladas de cascas de ovos por mês. (Veja o artigo publicado em revista internacional e mais informações AQUI)