O diplomata norte-americano, George Kennan, morto em 2005, é totalmente insuspeito para criticar a política internacional dos EUA. Ele foi um dos formuladores da política de combate à União Soviética durante a Guerra Fria.
Kennan, que ficou mais conhecido como um defensor de uma política de contenção da expansão soviética durante a Guerra Fria, deu palestras e escreveu estudos acadêmicas sobre as relações entre a URSS e os Estados Unidos. Durante o final dos anos 1940, seus escritos inspiraram a Doutrina Truman (política para conter o comunismo) e toda a política externa dos Estados Unidos de “conter” a União Soviética.
Seus escritos de 1946 e 1947 defendiam que o regime soviético era expansionista e que sua influência deveria ser “contida” em áreas de importância estratégica vital para os Estados Unidos. Esses textos justificaram a política anti-soviética do governo Truman e, consequentemente, as políticas posteriores da OTAN.
Reportagem da BBC lembra que George Kennan, classificou a expansão da Otan na Europa Central como “o erro mais fatídico da política americana em toda a era pós-Guerra Fria”.
Em um artigo publicado no jornal The New York Times em 1997, ele afirmou que a ampliação rumo ao leste inflamaria tendências nacionalistas e militaristas entre os russos e poderia afetar o próprio desenvolvimento da democracia na Rússia. Para ele, “não seria a maneira mais inteligente de lidar com um império humilhado após sua dissolução e detentor do maior arsenal nuclear do mundo”.
Para pesquisador e professor russo, Mikhail Troitskiy, a resistência dos membros da aliança em relação aos interesses russos levou a uma insatisfação cada vez maior no Kremlin. “A relutância da Otan em considerar as demandas de Moscou sobre a adesão da Ucrânia e o fim da política de expansão da aliança irritaram a Rússia. No entanto, essas eram contradições de fundo que de forma alguma tornaram inevitável o confronto militar entre a Rússia e a Ucrânia”, afirmou a BBC.