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O trabalho voluntário em situações de tragédia

Por Roberto Ravagnani.

A palavra tragédia já nos traz uma imagem ruim do momento, mas nessas horas é possível ver o amor florescer. Eu estive como voluntário na tragédia de Petrópolis- RJ em 2011, onde falaram de tudo que seria feito para resolver aquela situação. 2022 a mesma coisa acontece com proporções muito maiores e os resultados esperados, centenas de mortos, centenas de feridos, centenas de desabrigados e milhares com suas vidas destroçadas pelas perdas de entes queridos e bens materiais.

(foto tania rego – ag brasil)

Não vamos nesta coluna tratar de apontar dedos para os culpados, pois é de conhecimento público os responsáveis por isso e de conhecimento público que não são as chuvas.
Quero tratar aqui de elogiar as centenas de pessoas que estão trabalhando sem descanso como VOLUNTÁRIOS na tragédia de Petrópolis – RJ, muitos carregando terra em baldes para tentar encontrar vida ou seus conhecidos e parentes, muitos ajudando na limpeza das ruas da cidade, tomadas pela lama, outras dezenas trabalhando entregando comida, roupas e no suporte emocional dos sobreviventes.
Triste ver que quando deveriam ser exaltados e agradecidos, são expulsos pelo poder publico local por que não passaram por uma rigorosa triagem para saber se poderiam ser voluntários.
Ora meus caros e bota caro nisso, governantes, talvez estas pessoas não tenham passado por este processo, pelo mesmo motivo que as encostas não foram liberadas de riscos, as casas em situação irregular não foram desapropriadas e removidas, encostas não foram tratadas para não escorregar, a falta de vontade política e o uso de nossos recursos em coisas com mais visibilidade.
Nada contra dar visibilidade para uma cidade turística, bonita e importante em nosso cenário histórico, mas é preciso fazer aquilo que não aparece, mas salva e dá dignidade a vidas.
Ano após ano as tragédias estão presentes em nossos verões, não consigo entender o que tanto se comemora no carnaval, quando existiam, pois todos os anos somos atingidos por tragédias e perdas gigantescas antes dele, mas insistimos em não ver.
Não existe no Brasil, que eu conheça, um município sequer que tenha uma estratégia definida e construída pata voluntários em situação de tragédias. Os voluntários aparecem, mas não porque exista uma rede definida, mas sim muita vontade envolvida. Está na hora da população tomar uma atitude, visto que não podemos esperar isso de nossos governantes.

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