Em São Paulo – “A arte, mesmo a mais pessimista, é uma proposição de felicidade.” Essa é uma das memoráveis frases de Mário de Andrade, poeta, musicólogo e um dos nomes fundamentais do modernismo no país. Palco de uma das manifestações mais importantes do Brasil, o Theatro Municipal celebrará em 2022 o centenário da Semana de Arte Moderna, movimento que reuniu artistas e intelectuais que estavam dispostos a renovar dialeticamente o ambiente artístico da época e construir, antropofagicamente, uma cultura nacional.
Em 1922, entre os dias 13 e 17 de fevereiro, o manifesto artístico-cultural reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras – pintura e escultura – e palestras. Artistas consagrados como Mário de Andrade, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, entre outros, trouxeram uma nova visão de arte para o país. O movimento, que deu origem ao Modernismo no Brasil, chocou grande parte da população e rompeu com a arte acadêmica ao trazer uma revolução estética e social.
Para fazer jus a esse movimento, o Municipal apresenta, de 10 a 17 de fevereiro, uma programação especial, que conta com apresentações da Orquestra Sinfônica Municipal, Coral Paulistano, Quarteto de Cordas e Balé da Cidade, ciclo de encontros, shows, sarau e expedições e diversas atividades.
No dia 10, a celebração começou com a instalação artística Recostura, da artivista Chris Tigra, que ficará na fachada principal do Theatro até dia 10 de março.
Nos dias 12 e 13, a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo realiza duas apresentações com um programa completo de Heitor Villa-Lobos. Villa Total: parte I será apresentado às 16h30, também com o Coral Paulistano e com a soprano Raquel Paulin; e às 20h, o grupo retorna ao palco para apresentar Villa Total: parte II. Ainda no dia 13, às 11h, é vez da Orquestra Experimental de Repertório celebrar o centenário com obras de Gnatalli e Villa-Lobos com regência de Jamil Maluf e participação especial de Daniel Murray.
O Balé da Cidade também não fica de fora da homenagem e apresentará nos dias 16 e 17 a obra inédita Muiraquitã, com coreografia de Allan Falieri.
O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, criado pelo próprio Mário de Andrade, apresenta o programa Identidade Brasileira, interpretando Quarteto de cordas nº 3, de Villa-Lobos, e Quarteto nº 2, de Camargo Guarnieri. Com diversas formações até 2022, o corpo artístico é fruto do que ocorreu em 1922.
Durante o ciclo de encontros, o Theatro trará convidados para refletir sobre patrimônio e acervo em vistas do centenário. Na segunda-feira, o complexo reúne os principais saraus da cidade de São Paulo para se apresentarem em seu palco, com o Rappin´Hood como mestre de cerimônias. Já a Praça das Artes se abre para o improviso, com a participação de várias linguagens artísticas como dança, teatro, poesia e discotecagem no espetáculo Esta Noite Se Improvisa!, apresentado pelo MC Max BO, no dia 15. A programação de saraus e improvisos terá sequência mensal, a partir de abril, na Praça das Artes.
Confira abaixo a programação completa.
Centenário da Semana de Arte Moderna no Theatro Municipal
RECOSTURA
Chris Tigra
10 FEV a 10 MAR
Instalação artística na fachada do Theatro Municipal
Impressão fotográfica em tecido e Bordados
A partir de desenhos iconográficos do século XVIII, cartas de compra e venda de escravos e fotografias sobre o negro brasileiro, Recostura se constrói. Uma série de cinco imagens em tecido trazem mulheres escravizadas, cada uma delas empunhando um facão bordado. O instrumento, utilizado no trabalho, também abre os caminhos nas matas. Lágrimas de sangue delicadamente bordadas atravessam os limites dos corpos e tecidos trazendo o questionamento: Onde estava o negro na Semana de arte Moderna de 1922?
Chris Tigra trabalha com linguagens híbridas, investigando as urgências humanas. Artivista em busca de transformação humana, é pós-graduada em artes e contemporaneidade pela Escola Guignard, Universidade Estadual de Minas Gerais.
* Trabalho selecionado através do Chamamento Artístico do Complexo Theatro Municipal de São Paulo
OSM 3 — VILLA TOTAL: PARTE I
12 FEV sábado 16h30
13 FEV domingo 16h30
Theatro Municipal de São Paulo
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
Roberto Minczuk, regência
Raquel Paulin, soprano
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 1 (20′)
- Introdução: Embolada
- Prelúdio: Modinha
- Fuga: Conversa
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 5 (10′)
- Ária: Cantilena
- Dança: Martelo
(Intervalo)
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 2, “O trenzinho do Caipira” (21′)
- Prelúdio: O canto do Capadócio
- Ária: O Canto da Nossa Terra
- Dança: Lembrança do Sertão
- Toccata: O Trenzinho do Caipira
Bachianas Brasileiras nº 8 (27’)
- Prelúdio
- Ária: Modinha
- Tocata: Catira batida
- Fuga
Ingresso: R$10 a R$60 (inteira)
Classificação: livre
Duração Total: 75’
OSM 4 — VILLA TOTAL: PARTE II
12 FEV sábado 20h
13 FEV domingo 20h
Theatro Municipal de São Paulo
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
CORAL PAULISTANO
Roberto Minczuk, regência
Sylvia Thereza, piano
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 9 (10′)
- Prelúdio: Vagaroso e Místico
- II. Fuga: Poco Apressado
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 3 (27′)
- Prelúdio: Ponteio
- Fantasia: Devaneio
- Ária: Modinha
- Tocata: Picapau
(Intervalo)
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 6 (9’)
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas brasileiras no.4 (22’)
I. Prélude: Introdução
II. Choral: Canto do Sertão
III. Ária: Cantiga
IV. Danse: Miudinho
HEITOR VILLA-LOBOS (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 7 (26′)
I. Prelúdio: Ponteio
II. Giga: Quadrilha Caipira
III. Tocata: Desafio
IV. Fuga: Conversa
Ingresso: R$10 a R$60 (inteira)
Classificação: livre
Duração Total: 94’
TEATRO NO THEATRO 01
FORTES E VINGATIVOS COMO JABOTI
Um painel lítero-musical-imagético em torno da Semana de 22
12 FEV, sábado, 19h00
Cúpula
Abertura de processo em formato de happening
Dramaturgia e Direção geral: Johana Albuquerque com a Bendita Trupe
Assistência de Direção: Fernanda Zancopé
Assistência de Dramaturgia: Murilo Franco
Com:Cris Lozano, Jaime Branco, Joca Andreazza, Johana Albuquerque, Luciano Gatti, Marcelo Villas Boas, Pedro Birenbaum, Sérgio Pardal, Silvia Suzy, Suzana Ribeiro e Vera Bonilha.
Cenografia: Julio Dojcsar
Iluminação: Aline Santini
Figurinos: Silvana Marcondes
Direção Musical e Canções Inéditas: Pedro Birenbaum
Visagismo: Leopoldo Pacheco
O premiado grupo Bendita Trupe, com mais de 20 anos de existência, firmou-se na cidade como um grupo teatral dedicado à pesquisa de espetáculos para o público adulto e infantojuvenil, trabalhando em processo colaborativo em várias vertentes.
Ingressos gratuitos, retirada de ingressos pelo site do Theatro, abertura dois dias antes do evento
Classificação: 10 anos
Duração: 60’
OER 2 — SINFONIAS FANTÁSTICAS II
13 FEV domingo 11h00
Theatro Municipal de São Paulo
ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO
Jamil Maluf, regência
Daniel Murray, solista
HEITOR VILLA-LOBOS
Concerto para Violão e Orquestra (20’)
RADAMÉS GNATALLI
Sinfonia Popular, nº 1 (25’)
Ingressos R$10,00 a R$30,00 (inteira)
Classificação: Livre
Duração Total:45’
TEATRO NO THEATRO 02
INFÂNCIA
13 FEV, domingo, 19h00
Cúpula do Theatro Municipal/
Episódios da vida de Graciliano Ramos em sua meninice, relatados em sua fase madura.
Abertura de processo de criação seguido de bate papo com o público.
Concepção , Direção e Interpretação: Ney Piacentini(ator) e Alexandre Rosa(músico)
Fotos e vídeo: João Maria
Design Gráfico: Paulo Fávari
Assistência: Elis Martins
Classificação: livre
Duração: 60’
Ingressos gratuitos, retirada de ingressos pelo site do Theatro, abertura dois dias antes do evento
A SEMANA DE 22 E A MÚSICA
Ciclo de encontros / mesa redonda
14 FEV, segunda-feira, 16h00
Salão Nobre
Entrada: livre
Duração total: 120’
SARAU NOVOS 22
14 FEV, segunda-feira 19h00
Theatro Municipal
Dentro das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna, o palco do Theatro Municipal será espaço de encontro de coletivos de sarau da cidade de São Paulo, com apresentação de Rappin’ Hood.
Rappin’ Hood, mestre de cerimônia
Com: As Clarianas, Sarau das Pretas e Sarau do Binho
Entrada: livre
Duração: aproximadamente 90’
MODERNISMO: CONTRADIÇÕES, TRANSGRESSÕES E CONTINUIDADES
Ciclo de encontros / mesa redonda
15 FEV, terça-feira, 16h00
Salão Nobre
Com: Claudinei Roberto, Julie Dorrico e Victor Palomo
Mediação: Guilherme Lopes Vieira
Claudinei Roberto, Curador, Artista Plástico e Educador. Curador, entre outras, da exposição PretAtitude: Insurgências, emergências e afirmações na arte afro-brasileira.
Julie Dorrico, Doutora em Teoria da Literatura, Especialista em Literatura Indígena, Autora da obra “ Eu sou macuxi e outras histórias”.
Victor Palomo, Psiquiatra e Analista Junguiano, Doutor em Letras, Autor de “Pauliceia desvairada e a alma da cidade”.
Guilherme Lopes Vieira, Historiador, Documentalista do Acervo do Theatro Municipal de São Paulo, Mestre em História e autor de “Casa Guilherme Viera, a Fabricação de um Museu-Casa”
A Semana de Arte Moderna de 1922 é assimilada, frequentemente, pela tradição acadêmica como epicentro que trouxe à tona as transformações provenientes da modernidade na sociedade paulistana, do início do século XX. O encontro “Modernismo: contradições, transgressões e continuidades”se propõe a discutir esse cânone, considerando as presenças e ausências, desse modo, apresentando principalmente os invisibilizados, omitidos e eleitos.
Entrada: livre
Duração total: 120’
ESTA NOITE SE IMPROVISA!
15 FEV, terça-feira 19h00
Praça das Artes
Palco aberto para a participação de várias linguagens como dança, teatro, poesia e discotecagem.
MAX BO, mestre de cerimônia
Nuts, DJ
O conceito de improviso, onde o artista que passa, que transita pela cidade encontra uma estrutura para mostrar o seu talento, como o desafio de “entrar na roda” como é próprio da cultura Hip Hop, e nesse caso, diferentes estilos e linguagens artísticas são bem-vindos.
O MC Max BO, ex-apresentador do programa Manos e Minas, e uma das maiores referências em freestyle do Brasil, ira interagir na praça com os artistas presentes, convidando-os à arte do improviso
Entrada: livre
Inscrição de artistas que queiram participar: pelo site do Theatro Municipal
Duração: aproximadamente 90’
VESTÍGIOS DA SEMANA DE 22 NO ACERVO DO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
Ciclo de encontros / mesa redonda
16 FEV, quarta-feira, de 16 às 18h
Salão Nobre
Com: Anita Lazarim, Igor Vicente e Daniela Torres
A atividade apresenta ao público a primeira publicação do Núcleo de Acervo e Pesquisa do Theatro Municipal. O Índice de Fontes “Vestígios da Semana de 22” reúne documentos que registram as diferentes celebrações da Semana de Arte Moderna no TMSP ao longo dos últimos cem anos. É resultado de uma densa pesquisa nos acervos do Municipal, que destaca sobretudo programas de espetáculo, mas também trajes, fotografias e outros documentos textuais. Na mesa de lançamento, além da publicação digital ser apresentada, os convidados irão explorar questões presentes na documentação e discutir o legado da Semana na memória do TMSP.
Entrada livre
Duração: 120 minutos
QC 1 – SEMANA DE 22: IDENTIDADE BRASILEIRA
16 FEV quarta-feira 19h00
17 FEV quinta-feira 19h00
Sala do Conservatório
QUARTETO DE CORDAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
16 e 17 fevereiro
IDENTIDADE BRASILEIRA 1
HEITOR VILLA-LOBOS
Quarteto de Cordas nº 3
EUNICE KATUNDA
Seresta Piracicaba (Versão para Quarteto de Matheus Bitondi)
SILVIA GOES
Suíte Chiquinha Gonzaga (11’)
Ingressos R$30,00 (inteira)
Classificação: livre
Duração Total:60’
BCSP 1 – MUYRAKYTÃ e ISSO DÁ UM BAILE!
16 FEV, quarta-feira 20h
17 FEV, quinta-feira 20h
18 FEV, sexta-feira 20h
19 FEV, sábado 17h
20 FEV, domingo 17h
23 FEV, quarta-feira, 20h
24 FEV, quinta-feira 20h
25 FEV, sexta-feira 20h
26 FEV, sábado 17h
27 FEV, domingo 17h
Theatro Municipal de São Paulo
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
MUYRAKYTÃ
Allan Falieri, concepção e coreografia
Beto Villares, música original
Fabiana Nunes, dramaturgia
Alexandre dos Anjos, figurino
André Boll, desenho de luz
Carolina Franco e Roberta Botta, ensaiadoras
Irupé Sarmiento e Preta Kiran, preparação de elenco
O que seria a força desse movimento em 2022? Tomamos as palavras de Mário de Andrade – o passado é lição para refletir, não para repetir – como motor para uma vez mais romper os paradigmas estabelecidos nos dias de hoje, refletir e indagar os passados 100 anos, as fissuras dos detalhes da tão idealizada identidade brasileira. Um atravessamento entre passado e presente para exaltar as singularidades e multiplicidade da nossa gente.
ISSO DÁ UM BAILE!
Henrique Rodovalho, coreografia e desenho de luz
Heavy Baile, Leo Justi e Theo Zagrae, trilha sonora
Cauã Csik, vídeo
MangoLab, produção executiva do vídeo
Cássio Brasil, figurino
Roberta Botta, ensaiadora
Celly IDD e Neguebites, consultoria
Intérpretes-Criadores
Solos
Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Gregório, Camila Ribeiro, Grécia Catarina, Jessica Fadul, Leonardo Silveira, Luiz Oliveira, Marcel Anselmé, Uátila Coutinho
Bonde
Alyne Mach, Bruno Rodrigues, Fabiana Ikehara, Harrison Gavlar, Isabela Maylart, Leonardo
Muniz, Luiz Crepaldi, Márcio Filho, Marina Giunti, Renata Bardazzi, Victoria Oggiam, Victor Hugo Vila Nova, Yasser Díaz
A coreografia é um grande baile, no qual o elenco vai chegando, trazendo as suas histórias e desejos e estabelecendo a arte do encontro. Ou melhor, do reencontro da dança com sensações de liberdade nos movimentos, que têm como inspiração o Passinho, estilo de dança que surgiu de forma espontânea nos bailes funks das comunidades da cidade do Rio de Janeiro.
Ingressos: R$10,00 a R$80,00 (inteira)
Classificação: livre
Duração Total: 70’
TOMBANDO 22 – THEATRO MUNICIPAL, PALCO DA SEMANA DE ARTE MODERNA E PATRIMÔNIO CULTURAL
Ciclo de encontros / mesa redonda
17 FEV, quinta-feira, de 16 às 18h
Salão Nobre
Com: Deborah Neves, Lilian Jaha e Paulo Garcez
Mediação: Rafael Araújo
Para sediar a Semana de Arte Moderna de 1922, foi escolhido como palco o Theatro Municipal de São Paulo. A mensagem que o grupo de intelectuais queria passar era nítida: criticar os valores estéticos importados da Europa em prol de uma valorização da cultura nacional. Os desdobramentos do movimento logo puderam ser percebidos quando, na década de 1930, foi criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – SPHAN para preservar os monumentos representativos da história oficial do Brasil. Através das práticas preservacionistas, foram eleitos o moderno e o barroco como vanguardas estéticas no campo da arquitetura. Excluíam-se desse rol o ecletismo do qual o Theatro Municipal constitui um grande exemplar. A virada, nesse sentido, ocorreu na década de 1980 e 1990, quando o Municipal foi objeto de tombamento nos três órgãos de preservação do patrimônio de São Paulo: CONDEPHAAT, CONPRESP e IPHAN. Nesse sentido, nossa proposta é debater os valores usados como justificativa para o tombamento do Theatro: qual é o papel da Semana de 1922 como argumento para a tutela preservacionista do Estado? Ao enfatizar a valorização da estética neoclássica no processo de tombamento, não estariam os técnicos do patrimônio dialogando com o pensamento que os modernistas da Semana de 1922 ousaram criticar? Quais as questões poderão ser suscitadas do movimento cíclico que coloca a Semana de 1922 como gênese e justificativa para práticas preservacionistas, tendo o Theatro Municipal como objeto? A atividade propõe o diálogo com os processos de tombamento do Theatro Municipal e o seu próprio edifício enquanto documentos, à luz da Semana de Arte Moderna de 1922.
Entrada livre
Duração: 120 minutos
(Carta Campinas com informações de divulgação)